O dr. Khaled al-Dakhil, professor de sociologia e ciências políticas na Universidade Rei Saud de Riad, na Arábia Saudita, reiterou que a comunidade internacional deve aceitar o fato de que “Israel impõe sua política nos moldes nazistas”, no que se refere ao genocídio na Faixa de Gaza.
Na rede social X (Twitter), al-Dakhil afirmou: “Israel inicia guerras, mata e desloca palestinos nativos e apreende terras para construir assentamentos. Os palestinos reconheceram Israel, mas Israel se recusa a reconhecê-los. Israel rejeita a paz. Todos que se opõem são acusados de antissemitismo. Mas são eles que emulam o nazismo da Alemanha. Seu nazismo tem de ser confrontado”.
Al-Dakhil rechaçou as agressões de líderes israelenses contra o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, após o diplomata corroborar que o “ataque do Hamas [em 7 de outubro] não ocorreu em um vácuo”, assim como contra a Assembleia Geral, por pedir um cessar-fogo. Para o sociólogo, Israel não poderia assumir tais hostilidades sem anuência do Ocidente em geral e dos Estados Unidos, em particular.
“Israel ousou exigir a renúncia do secretário-geral das Nações Unidas”, destacou al-Dakhil. “Seu ministro de Relações Exteriores chamou a Assembleia Geral de ‘desprezível’. Líderes israelenses sentem que controlam a balança de poder na região, com apoio incondicional dos Estados Unidos e da Europa. Mas os árabes podem neutralizar isso”.
“O chanceler [Eli Cohen] chegou a insultar a maioria dos votantes pela resolução por um cessar-fogo em Gaza”, alertou o professor. “Ele descreveu a decisão da Assembleia Geral como ‘desprezível’. Desprezível, todavia, é o nazismo. Israel pensa que suas políticas não podem ser criticadas perante o mundo … Precisamente como pensavam os nazistas”.
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Neste fim de semana, o exército israelense intensificou seus ataques por ar e terra contra a Faixa de Gaza sitiada, ao cortar a comunicação entre o mundo externo e o território sitiado, sob bombardeios incessantes desde o ataque surpresa do movimento de resistência Hamas em 7 de outubro.
A campanha decorreu de recordes de escalada colonial em Jerusalém e na Cisjordânia e 17 anos de cerco militar contra Gaza.
As ações israelenses equivalem a punição coletiva, crime de guerra e genocídio. Ao menos 8.306 palestinos foram mortos por Israel até então.
Comparações com o Gueto de Varsóvia e a perseguição nazista contra judeus e outras minorias na Europa se tornaram abundantes nas últimas semanas. Gaza é comumente descrita como “campo de concentração a céu aberto”.
Declarações inflamatórias de líderes israelenses — como o ministro da Defesa, Yoav Gallant, chamando os 2.4 milhões de pessoas de Gaza de “animais”, ou do próprio premiê Benjamin Netanyahu, convocando uma “guerra santa” contra as “crianças das trevas” — também são remanescentes da retórica desumanizante do nazismo e outras campanhas de genocídio ao longo da história.
Desde o início dos bombardeios israelenses a Gaza, organizações de judeus antissionistas em todo o mundo ganharam destaque nos protestos por cessar-fogo e justiça ao povo palestino, ao reafirmar “Não em nosso nome” e “Nunca mais é nunca mais para todos”.
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