Uma “catástrofe de saúde pública” é iminente em Gaza, advertiu nesta terça-feira (31) a Organização Mundial da Saúde (OMS), sob superlotação de hospitais, deslocamento em massa e danos à infraestrutura hídrica e sanitária causados pelos bombardeios de Israel.
As informações são da agência de notícias Reuters.
Christian Lindmeier, porta-voz da OMS, alertou para o risco de mortes civis para além da ofensiva militar — isto é, por epidemias, desnutrição, desidratação e outros.
“Uma catástrofe de saúde pública se avizinha”, observou Christian Lindmeier, porta-voz da OMS, à agência de notícias Reuters, ao alertar para o risco de mortes para além das baixas diretamente ligadas à ofensiva militar.
Autoridades de saúde de Gaza estimam ao menos 8.300 palestinos mortos desde 7 de outubro, quando Israel deu início a seu mais recente massacre.
No fim de semana, o exército israelense lançou sua ofensiva por terra, ao cortar a comunicação entre o mundo externo e o território sitiado.
Ao promover a campanha, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, reforçou a retórica desumanizante de seu gabinete e suas Forças Armadas, ao declarar uma “guerra santa” contra as “crianças das trevas”.
LEIA: Choramos com os palestinos, reitera rabino antissionista
Questionado sobre mortes oriundas de complicações para além dos bombardeios, respondeu Lindmeier: “Certamente há”.
James Elder, porta-voz do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), destacou a ameaça de um aumento drástico na mortalidade infantil devido a desidratação, sob um influxo de água de apenas 5% do volume normal.
“A morte de crianças devido à desidratação, sobretudo bebês, é uma ameaça crescente”, observou Elder, ao observar que muitas crianças palestinas já estão adoecendo devido à falta de opções para matar a sede, ao beber água salgada ou poluída.
Cerca de 940 crianças permanecem desaparecidas em Gaza, recordou o porta-voz, muitas delas sob os escombros. Outras milhares sofrem de trauma, como a filha de um colega da Unicef que começou a arrancar os cabelos e ferir as pernas devido ao estresse.
O Escritório de Assuntos Humanitários das Nações Unidas (OCHA) confirmou nesta manhã que o fornecimento de água no sul da Faixa de Gaza foi suspenso nesta segunda-feira (30) “por razões desconhecidas” — provavelmente bombardeios de Israel.
Centenas de milhares de pessoas fugiram ao sul do território mediterrâneo justamente sob ameaças de ataques israelenses a suas comunidades, na região norte. Estima-se 1.1 milhão de deslocados, ainda sob bombardeios.
Lindmeier ecoou apelos para que combustível possa entrar em Gaza para permitir que a usina de dessalinização local volte a operar, entre outras instalações de serviços básicos, como geradores dos hospitais.
As ações israelenses equivalem a punição coletiva, crime de guerra e genocídio.
LEIA: Quantos caminhões seriam necessários para transportar 3.300 caixões de crianças?