O exército israelense reportou o envio de barcos de artilharia ao Mar Vermelho um dia após o grupo iemenita houthi, ligado a Teerã, reivindicar o disparo de foguetes e drones armados em direção a Israel.
Imagens difundidas por Israel mostram supostas corvetas de classe Saar patrulhando a região costeira do porto de Eilat, no Mar Vermelho.
O exército israelense considera a área como nova frente em sua guerra a Gaza, em caso de retaliação de grupos alinhados a Teerã.
Na terça-feira (31), o movimento houthi anunciou o disparo de três ataques balísticos em direção a Israel desde o início dos bombardeios a Gaza em 7 de outubro.
A liderança do grupo rebelde, radicado em Sanaa, capital do Iêmen, prometeu intensificar sua resposta “para ajudar os palestinos a conquistar sua vitória”.
O exército israelense afirmou interceptar uma “ameaça aérea” no Mar Vermelho, durante a madrugada. Tzachi Hanegbi, assessor de Segurança Nacional, subiu o tom contra os houthis nesta terça, mas recusou-se a conceder detalhes sobre a suposta escalada.
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O movimento houthi é parte de uma coalizão regional ligada ao Irã, incluindo o Hezbollah do Líbano e grupos paramilitares no Iraque. Desde 2014, os houthis governam a maior parte do Iêmen, a quase 2 mil km de distância de Israel.
Mísseis supostamente disparados do Mar Vermelho foram interceptados, até então. Em 27 de outubro, Israel acusou os houthis de conduzir um ataque a drone que causou explosões em duas cidades egípcias no Mar Vermelho; no entanto, sem conceder evidências. Relatos sugerem que os projéteis partiram de Israel.
Gaza está sob bombardeios israelenses desde 7 de outubro, em retaliação a uma operação de resistência do movimento Hamas que cruzou a fronteira e capturou colonos e soldados.
Neste entremeio, Israel mantém disparos frequentes ao sul do Líbano, incluindo com munição de fósforo branco — substância proibida pelo direito internacional —, sob o pretexto de dissuadir o Hezbollah de avançar ao conflito.
Os bombardeios israelenses deixaram ao menos 8.648 mortos até então — dentre os quais, 3.542 crianças e 2.187 mulheres — além de milhares de desaparecidos sob os escombros e quase 20 mil feridos. Trata-se de genocídio, punição coletiva e crime de guerra.
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