Um estudo divulgado pela empresa israelense Security Joes alegou detectar um novo malware, capaz de deletar e desativar sistemas digitais, em diversas redes do regime ocupante, supostamente utilizado em nome do grupo de resistência Hamas.
Segundo a rede israelense Ynet News, há suspeitas de que hackers investiram contra instituições de Estado, deixando danos.
O programa é chamado BiBi-Linux, em possível referência ao apelido do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu (Bibi).
“As características deste malware nos lembra das avançadas armas cibernéticas que alguns países desenvolveram, como o vírus Shamoon, usado por Teerã contra sistemas digitais em todo o Oriente Médio”, alardeou a reportagem da mídia israelense.
Embora incidentes de ruptura de serviços ligados à rede cibernética sejam relativamente comuns em Israel, não há verificação independente das acusações.
“Segundo a imprensa estrangeira, há suspeitas de que o vírus Shamoon foi desenvolvido originalmente há uma década, como arma cibernética usada por Israel e Estados Unidos contra alvos iranianos; contudo, não está claro se lidamos com uma versão atualizada ou produção original. Além disso, ainda é incerta a fonte do programa”.
Ido Naor, diretor executivo da Security Joes, afirmou identificar o software em um grupo de “simpatizantes do Hamas”, mas confirmou que o grupo de resistência “não tem capacidade para desenvolvê-lo”, embora investigações ainda estejam em curso.
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A Security Joes foi convocada pelo exército israelense para auxiliar empresas que colaboram com os esforços de extermínio perpetrados na Faixa de Gaza. Portanto, não se trata de uma parte independente na matéria.
A companhia listou países que parecem deter armas cibernéticas deste calibre: Irã, China, Coreia do Norte e Rússia, ao descrever suas ações como “desafio considerável nos últimos anos”.
Segundo Naor, “a China concentra-se em espionagem, a Coreia do Norte em tentativas de chantagem devido à crise econômica por meio de ransomware, a Rússia em propaganda e desinformação, enquanto o Irã é o único entre os países citados que aplica seus softwares em ataques destrutivos”.
O estudo, não obstante, prenuncia ameaças de melhora nas capacidades de guerrilha digital de grupos ligados à resistência palestina, ao superar a sabotagem de sites, invasão de contas e roubo de dados, causando danos a empresas, serviços e organizações.
Desde 7 de outubro, Israel mantém-se alardeado sobre diversas frentes de ofensiva da resistência palestina, após ser surpreendido por uma ação inteiramente analógica que cruzou a fronteira e capturou colonos e soldados.
Em retaliação, Israel lançou bombardeios ininterruptos contra Gaza, deixando ao menos 9.061 mortos, incluindo 3.760 crianças e 2.326 mulheres. Outras 32 mil pessoas ficaram feridas, além de 2.060 desaparecidos sob os escombros, dos quais 1.120 crianças.
As ações israelenses equivalem a punição coletiva, crime de guerra e genocídio.
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