Israel executa seu maior massacre desde a Nakba, reporta Monitor Euromediterrâneo

Israel cometeu seu maior massacre contra os palestinos desde sua fundação em 1948, ocasião conhecida como Nakba ou “catástrofe” pela população nativa, informou nesta segunda-feira (6) o Monitor de Direitos Humanos Euromediterrâneo, ong radicada em Genebra. ao denunciar os violentos bombardeios a Gaza durante a madrugada.

Após cortar novamente as telecomunicações e sob blecaute generalizado devido à falta de energia elétrica e combustível para os geradores, Israel atacou o norte de Gaza, ferindo ao menos 1.500 pessoas e destruindo centenas de casas.

Não se sabe ainda o número exato de mortos, mas centenas continuam desaparecidos sob os escombros. Ambulâncias e outras equipes de defesa civil não conseguem responder aos chamados à medida que não há serviço de telefonia.

Refugiados do campo de al-Shati e outras áreas na periferia da Cidade de Gaza reportaram bombardeios ininterruptos, com corpos e partes desmembradas tomando as ruas.

O exército israelense admitiu atacar 450 alvos durante a noite.

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Segundo a ong, Israel alvejou, com brutalidade inédita, os arredores de várias instalações de saúde na Cidade de Gaza, incluindo o Hospital Indonésio, o Centro Oftalmológico, o Hospital de al-Shifa — maior complexo médico de Gaza, com 20 mil pessoas abrigadas — e o Hospital Al-Quds — único centro de psiquiatria do território costeiro.

Desde de 7 de outubro, dezesseis dos 25 hospitais com capacidade de internação em Gaza deixaram de funcionar e dois terços das instalações de saúde primária tiveram de fechar as portas, seja por danos diretos ou escassez de combustível.

Três dias atrás, os geradores principais dos hospitais Al-Shifa e Indonésio pararam de operar por falta de insumos. Ambos apelaram a geradores menores, com poucas horas de capacidade por dia. Cirurgias são realizadas no escuro, muitas vezes sem anestesia.

Israel ordenou 1.2 milhão de residentes do norte de Gaza a fugir ao sul, mas manteve disparos a rotas de fuga e eventuais corredores humanitários.

Desde 7 de outubro, Israel mantém bombardeios ininterruptos contra Gaza. O genocídio é crime de punição coletiva e retaliação a uma ação surpresa do grupo de resistência Hamas, que cruzou a fronteira e capturou colonos e soldados.

Em Gaza, são 9.770 palestinos mortos até então, incluindo 4.800 crianças e 2.550 mulheres, além de mais de 30 mil feridos e milhares de desaparecidos sob os escombros.

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