A popularidade do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, caiu a seu menor índice desde abril, revelou uma pesquisa da rede Reuters/Ipsos, ao confirmar alertas sobre as chances de reeleição do incumbente democrata no pleito nacional do próximo ano.
A pesquisa de dois dias encerrou-se no sábado (4).
Em torno de 39% dos entrevistados expressaram sua aprovação à gestão Biden, igualando a leitura de abril e pouco abaixo dos 40% em outubro e 42% no mês de setembro. A pesquisa tem margem de erro de três pontos percentuais.
Biden deve enfrentar novamente o ex-presidente republicano Donald Trump no pleito marcado para daqui um ano, em novembro de 2024. Pesquisas do Partido Democrata preconizam uma corrida eleitoral bastante acirrada.
A parcela dos entrevistados que mencionou “conflitos estrangeiros e guerras” como maior problema de sua administração dobrou entre outubro e novembro, de 4% a 8%, indício do desconforto crescente entre democratas e independentes sobre o genocídio israelense em Gaza.
Neste entremeio, ativistas progressistas — incluindo associações de judeus antissionistas — realizam sucessivos protestos contra o genocídio, como manifestações na Estação Central e na Estátua da Liberdade, em Nova York, em frente à Casa Branca, na capital Washington DC, e paralisação de portos na costa oeste, como Oakland e Tacoma.
Em termos quantitativos, trata-se do maior enfoque sobre conflitos armados desde abril de 2022, quando 9% dos entrevistados reagiram com apreensão ao posicionamento americano sobre os primeiros meses da invasão russa à Ucrânia.
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Uma parcela maior (20%) cita a economia como maior preocupação. Em torno de 9% mencionaram a criminalidade e 7% as políticas para o meio-ambiente.
Muitos progressistas — que possibilitaram a estreita vitória de Biden em 2020 — reiteram que não pretendem votar no presidente, após declarações inflamatórias em apoio a Israel, desde 7 de outubro, quando o regime aliado lançou sua maior ofensiva contra o território palestino, em retaliação a uma ação de resistência do grupo Hamas.
Desde então, a vice-presidente Kamala Harris assumiu novo protagonismo em tentar conter a crise interna, enquanto o Secretário de Estado, Antony Blinken, viajou ao Oriente Médio a fim de mitigar a crise diplomática com aliados históricos.
Em sua turnê, Blinken promoveu a tese de “pausa humanitária”; contudo, foi recebido com duras críticas por chanceleres árabes e sequer conseguiu o aval de Israel.
A aprovação de Biden mantém-se abaixo de 50% desde agosto de 2021. Os índices estão cada vez mais próximos de seu nível mais baixo — 36%, registrado em meados de 2022.
A pesquisa Reuters/Ipsos reúne respostas online de 1.019 adultos, ao adotar uma amostragem representativa em escala nacional.
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