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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Punição coletiva em Gaza é crime de guerra, alerta comissário de direitos humanos

Volker Turk, comissário de Direitos Humanos das Nações Unidas, durante coletiva de imprensa no Cairo, em 8 de novembro de 2023 [Khaled Desouki/AFP via Getty Images]

A campanha de punição coletiva conduzida por Israel contra a população civil da Faixa de Gaza sitiada “equivale a crime de guerra”, alertou Volker Turk, alto-comissário de Direitos Humanos das Nações Unidas, nesta quarta-feira (8).

As informações são da agência de notícias Anadolu.

Turk comentou sobre a matéria após visitar a travessia de Rafah, entre Gaza e Egito, como parte de uma turnê de cinco dias no Oriente Médio, em meio à escalada dos bombardeios israelenses contra o território palestino. Sua viagem teve início na terça-feira (7).

“A punição coletiva imposta por Israel aos civis palestinos equivale a crime de guerra, assim como a evacuação à força — portanto, ilegal — destes mesmos civis”, declarou Turk.

Turk reivindicou respeito à lei humanitária e de direitos humanos internacional, ao reafirmar que “as partes em conflito têm a obrigação de tomar cuidado constante para poupar tanto a população quanto a infraestrutura civil”.

“Ataques contra instalações e equipes médicas, assim como feridos e doentes, são ilegais”, acrescentou, ao observar “um imperativo humanitário urgente para alcançar a população, cada vez mais isolada”.

O comissário também lamentou os blecautes de comunicação impostos por Israel.

“Blecautes têm consequências sérias aos trabalhadores de resgate, que tentam encontrar as vítimas dos ataques, assim como as famílias que buscam saber de seus entes queridos ou ter acesso a serviços emergenciais, além do próprio registro e monitoramento dos episódios em campo”.

Turk fez coro a um apelo por cessar-fogo.

Na terça-feira, o comissário esteve em Rafah, onde um punhado de caminhões assistenciais recebeu autorização para passar, embora com carga bastante inferior aos volumes prévios e insuficiente para conter a crise que assola os 2.4 milhões de habitantes de Gaza.

Além dos bombardeios ininterruptos desde 7 de outubro — incluindo ataques a hospitais, escolas, locais de culto e bairros residenciais —, Israel cortou o fornecimento de água, luz, combustível e suprimentos a Gaza.

Ao justificar o cerco, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, descreveu os palestinos como “animais”.

Desde então, o exército israelense busca aterrorizar os palestinos para forçá-los a deixar a região, como parte de suas ações de transferência compulsória e limpeza étnica. Ameaças impressas chovem junto às bombas, instruindo que famílias do norte de Gaza fujam para o sul, apesar dos alertas de catástrofe humanitária.

No caminho, as famílias se deparam com novos bombardeios contra suas rotas de fuga e seus locais de refúgio. A Organização das Nações Unidas (ONU) adverte que não há lugar seguro em Gaza.

As ações israelenses equivalem a crime de guerra e lesa-humanidade, incluindo punição coletiva e genocídio.

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