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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Soldados israelenses impedem vigília contra a guerra em Gaza

Polícia israelense invade a Mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém ocupada, em 3 de novembro de 2023 [Mostafa Alkharouf/Agência Anadolu]

Uma vigília por paz organizada na noite desta quinta-feira (9) por cidadãos palestinos do território considerado Israel — capturado em 1948, durante a Nakba ou “catástrofe”, via limpeza étnica — foi interrompida com violência por soldados israelenses, resultando na prisão de diversos ex-membros do parlamento (Knesset).

Segundo a agência de notícias Wafa, o ex-deputado Mohammad Barakeh, do partido de esquerda Hadash foi detido arbitrariamente, junto de ex-colegas do partido árabe Balad, incluindo Haneen Zoabi, Sami Abu Shehadeh e Mtanes Shehadeh.

Fontes reportaram que Barakeh foi preso ainda a caminho da vigília na cidade de Nazaré, bastião da comunidade palestina cristã.

Israel proibiu quaisquer manifestações públicas contra o genocídio em Gaza e ameaçou prender eventuais participantes.

Os organizadores da vigília buscaram autorização da Suprema Corte, em nome da liberdade de assembleia, para os eventos em Umm Al-Fahm e Sakhnin, mas os ministros negaram sua solicitação, sob pretexto de falta de recursos públicos para monitorar os protestos.

O partido Balad reiterou que as prisões demonstram “políticas hostis” sobre críticas legítimas à guerra em Gaza.

“A Frente Nacional Democrática [Balad] denuncia o ataque brutal e injustificado contra a vigília organizada por líderes da comunidade árabe”, destacou o partido em comunicado. “Esta agressão é um perigoso precedente que abarca uma clara mensagem política para silenciar vozes nacionais e humanitárias”.

Barakeh foi transferido à delegacia de polícia de Beit She’an. Os outros prisioneiros foram levados à delegacia de Migdal Haemek, segundo as informações.

Hassan Jabareen, diretor-geral da ong Adalah, que providencia assessoria legal a ativistas, observou: “Ontem mesmo a Suprema Corte emitiu uma decisão enfatizando que a polícia não tem autoridade para banir de maneira generalizada e arbitrária protestos de cidadãos palestinos em Israel, mesmo em tempos de guerra”.

“Hoje, porém, vemos uma proibição draconiana implementada em campo pela polícia, com intuito de silenciar as críticas e suprimir a liberdade de expressão e assembleia dos cidadãos palestinos e de seus líderes”, acrescentou Jabareen. “Prisões como essa são flagrantemente ilegais e têm como objetivo claro obstruir a atividade política do povo palestino, mesmo que esteja de acordo com a lei”.

Em 7 de outubro, combatentes da resistência palestina cruzaram a fronteira entre Gaza e Israel e capturaram cerca de 242 colonos e soldados.

Em retaliação, Israel mantém bombardeios ininterruptos contra Gaza, deixando 10.569 mortos até então, incluindo 4.324 crianças e 2.823 mulheres, além de ao menos 26.475 feridos. Milhares estão desaparecidos sob os escombros.

Na Cisjordânia ocupada, foram mortos 163 palestinos em apenas um mês, junto de uma campanha de detenção em massa que resultou em 2.280 novos prisioneiros.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

LEIA: Por que os descendentes de judeus humilhados pelos nazistas agora humilham os palestinos?

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