O general Charles Q. Brown, assessor militar do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e chefe do Conselho Conjunto do Estado-Maior, advertiu que a guerra prolongada na Faixa de Gaza sitiada deve levar civis a se juntar às fileiras do movimento Hamas.
Segundo Brown, em contrapartida, uma solução ao conflito pode impedir o processo.
“É por isso que falamos tanto sobre tempo — quanto mais rápido chegarmos ao ponto de parar as hostilidades, menos tendência haverá dentre a população civil em desejar ser um novo membro do grupo Hamas”, declarou o general, segundo a Reuters.
Brown insistiu, contudo, que o objetivo de Israel é aniquilar por completo o Hamas, grupo nacional que governa Gaza desde a imposição do cerco israelense, após vencer as eleições democráticas realizadas em 2006.
Antes de viajar ao Japão, nesta quinta-feira (9), Brown pareceu hesitante sobre os avanços de Israel, ao alertar que a missão de chegar à liderança do Hamas poderia ser conquistada mais rapidamente. Para o militar, quanto mais extensa for a duração da guerra, mais difícil será encontrar uma saída.
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Críticos reiteram que o objetivo, porém, é limpeza étnica e anexação de território — via transferência compulsória e genocídio.
Com suporte incondicional de Washington e outras potências, Israel mantém bombardeios ininterruptos contra Gaza desde 7 de outubro, deixando 10.812 mortos até então, entre os quais 4.412 crianças e 2.916 mulheres, além de ao menos 26.475 feridos.
Milhares estão desaparecidos sob os escombros.
Os bombardeios deslocaram mais de um milhão de pessoas até então.
Na Cisjordânia ocupada, foram mortos 163 palestinos em apenas um mês, junto de uma campanha de detenção em massa que resultou em 2.280 novos prisioneiros.
As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.
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