À medida que se intensifica uma “catástrofe” de direitos humanos na Faixa de Gaza, países da União Europeia “devem” se juntar aos apelos por cessar-fogo imediato, reafirmou nesta segunda-feira (13) a Anistia Internacional.
As informações são da agência de notícias Anadolu.
“A crescente catástrofe humanitária e de direitos humanos que incide em Gaza demanda um fim urgentemente”,
afirmou a organização em nota, às vésperas do encontro do Conselho de Assuntos Exteriores da União Europeia sobre a matéria.
O grupo instou os ministros presentes a expressar seu chamado por um cessar-fogo imediato em Gaza.
A União Europeia não obteve consenso até então, em detrimento de seu posicionamento sobre a lei internacional, embora alguns países, como Irlanda, Bélgica e Espanha, tenham ecoado apelos por cessar-fogo, além de criticar as violações de Israel e declarar apoio aos protestos civis pelo povo palestino — reprimidos por alguns governos, como Alemanha e França.
Eve Geddie, diretora do Departamento para Instituições Europeias da Anistia Internacional, elucidou: “Alguns Estados, como Áustria, Alemanha e República Tcheca, vêm bloqueando o apelo coletivo da União Europeia por cessar-fogo, assim como as denúncias de violações da lei internacional pelas forças de segurança israelenses”.
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Ao criticar a postura do bloco, Geddie insistiu que a Europa enfrenta uma “grave crise de credibilidade” aos olhos do mundo, à medida que alega defender a lei internacional e os direitos humanos.
Geddie também reivindicou a soltura dos prisioneiros de guerra em custódia do movimento Hamas, assim como a libertação de todos os palestinos detidos arbitrariamente nas cadeias da ocupação. Neste sentido, Geddie pediu acesso da Cruz Vermelha a todos os presos.
Há mais de sete mil palestinos nas cadeias israelenses; dois mil presos na Cisjordânia desde 7 de outubro, sob uma campanha retaliatória por uma ação surpresa do movimento Hamas que atravessou a fronteira entre Gaza e o território considerado Israel e capturou ao menos 200 soldados e colonos.
Israel mantém bombardeios contínuos contra Gaza desde então, deixando 11.180 mortos, dentre os quais 4.609 crianças e 3.100 mulheres, além de quase 30 mil feridos.
Milhares estão desaparecidos sob os escombros.
Ao menos 22 hospitais e 49 centros de saúde deixaram de operar em Gaza devido aos bombardeios e ao bloqueio militar perpetrado pelas forças ocupantes.
As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.