Fabricantes de armas israelenses deixam estandes vazios em feira de Dubai

Estandes de fabricantes de armas israelenses ficaram vazios no primeiro dia da Feira Aérea de Dubai, nesta segunda-feira (13), em meio ao genocídio perpetrado por Tel Aviv contra a Faixa de Gaza sitiada.

Não há confirmação até então da razão pela qual as equipes das Indústrias Aeroespaciais de Israel (IAI) e Sistemas de Defesa Avançada Rafael não compareceram aos estandes, perto de um pavilhão da companhia militar emiradense EDGE.

A IAI e a EDGE assinaram uma série de programas conjuntos na última edição do evento, em 2021. Nenhuma das empresas respondeu a contatos da agência Reuters sobre sua ausência. O estande da IAI estava fechado com cordões vermelhos.

Havia equipes em um estande da sucursal local da companhia israelense Elbit Systems; contudo, um dos corretores se recusou a falar com a imprensa.

No fim de semana, países árabes e muçulmanos instaram a comunidade internacional a suspender a venda de armas a Israel devido aos mortos que se acumulam em Gaza, sob invasão e bombardeios, que deflagrou tensões nas capitais regionais.

A Elbit Systems registrou sua sucursal emiradense em 2021, com intuito de firmar uma cooperação de longo prazo com o exército da monarquia. Nas últimas semanas, a filial expressou publicamente seu apoio às ações de Israel.

Um homem em vestes tradicionais emiradenses oferecia café àqueles que visitavam o estande da Elbit Systems, também próximo do pavilhão da EDGE.

Corporações israelenses participam abertamente de eventos e conferências nos Emirados desde 2020, quando o Estado do Golfo e a ocupação normalizaram laços sob os chamados Acordos de Abraão, promovidos pelos Estados Unidos.

Segundo fontes, os Emirados desejar mantem os laços diplomáticos, apesar da pressão doméstica e internacional sobre o genocídio em Gaza.

Os Emirados se tornaram a mais proeminente nação árabe a firmar relações com Israel em três décadas. O acordo rompeu com a política panárabe que condiciona a normalização ao estabelecimento de um Estado palestino.

O acordo envolveu o Bahrein, que retirou o embaixador de Tel Aviv e rompeu laços comerciais com Israel devido ao massacre em Gaza.

O vice-presidente emiradense Mansour bin Zayed al-Nahyan participou presencialmente da cúpula extraordinária da Liga Árabe e da Organização para a Cooperação Islâmica (OCI), que resultou no apelo pelo embargo de armas a Israel.

Israel mantém bombardeios contínuos contra Gaza desde 7 de outubro, deixando 11.180 mortos até então, dentre os quais 4.609 crianças e 3.100 mulheres, além de quase 30 mil feridos. Milhares estão desaparecidos sob os escombros.

Ao menos 22 hospitais e 49 centros de saúde deixaram de operar em Gaza devido aos bombardeios e ao bloqueio militar perpetrado pela ocupação israelense contra os 2.4 milhões de habitantes do território palestino.

Ao promover o cerco, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, descreveu os palestinos como “animais”.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

LEIA: Grupos de direitos palestinos apresentam ação no TPI contra Israel por “genocídio” em Gaza

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