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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

UNRWA fica sem combustível em Gaza, prevê interrupção de saneamento e água

Trabalhadores da Agência das Nações Unidas para Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) tentam abastecer tanques de combustível do Hospital al-Nasr, em Khan Yunis, na Faixa de Gaza, em 10 de novembro de 2023 [Abed Zagout/Agência Anadolu]

A Agência das Nações Unidas para a Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) confirmou o fim de suas reservas de combustível na Faixa de Gaza sitiada — logo, sem capacidade de abastecer hospitais, recolher resíduos e bombear água à população.

As informações são da agência de notícias Reuters.

A UNRWA abriga atualmente 800 mil pessoas, ou quase metade dos palestinos de Gaza que tiveram de deixar suas casas em meio à ofensiva israelense.

O comissário-geral, Philippe Lazzarini, afirmou a doadores nesta segunda-feira (13) que suas equipes estavam racionando insumos mantidos em um armazém próximo à fronteira com o território designado Israel, contendo reservas estratégicas.

Um pedido da agência ao exército israelense para permitir que o depósito fosse reabastecido, no entanto, não teve resposta, declarou Lazzarini.

“Este reservatório está agora vazio”, destacou Lazzarini.

“Se projetarmos no futuro imediato, até 14 de novembro, isso afetará gravemente o serviço das ambulâncias e as operações nos principais hospitais. Alguns hospitais têm um pouco de energia solar, mas é marginal — portanto, devem parar de funcionar”, acrescentou.

De fato, muitos hospitais já fecharam as portas em Gaza, seja por danos diretos dos bombardeios israelenses, seja pelo cerco militar, sem combustível a seus geradores.

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Entre os hospitais que interromperam as atividades está Al-Quds, um dos principais centros de saúde do norte de Gaza, alvejado continuamente pela invasão por terra dos soldados da ocupação israelense.

Israel insiste em negar o acesso de combustível em Gaza, sob pretexto, sem evidências, de não permitir que os insumos caiam nas mãos da resistência palestina. A medida equivale a punição coletiva — ilegal sob o direito internacional.

A Organização das Nações Unidas (ONU) fez coro à urgência para que bens combustíveis entrem em Gaza, ao reafirmar mecanismos de checagem sobre seu uso. Entretanto, sem aval das autoridades ocupantes.

A UNRWA também busca trabalhar para recolher centenas de toneladas de resíduos sólidos que se acumulam nos campos de refugiados superlotados no sul de Gaza. Lazzarini reiterou que tais atividades devem cessar em breve.

Sem combustível, com usinas de dessalinização no vermelho, ao menos 290 mil habitantes do enclave densamente povoado devem ficar sem água potável até 15 de novembro.

“A situação é muito, muito precária e está prestes a ficar ainda pior”, concluiu Lazzarini.

Israel mantém bombardeios contínuos contra Gaza desde 7 de outubro, deixando 11.180 mortos até então, dentre os quais 4.609 crianças e 3.100 mulheres, além de quase 30 mil feridos. Milhares estão desaparecidos sob os escombros.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

LEIA: Agências da ONU pedem ação urgente em meio a ataques a hospitais em Gaza

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