Cinco palestinos faleceram nas cadeias israelenses desde 7 de outubro, reportou a Comissão Palestina de Prisioneiros e Ex-prisioneiros nesta terça-feira (14).
Em nota, a agência confirmou a morte de Abdelrahman Ahmad Muhammad Mar’ie (33), da aldeia de Qarawat Bani Hassan, na província de Salfit, na Cisjordânia ocupada. Abdelrahman estava detido na penitenciária de Megiddo e faleceu na segunda-feira.
Abdelrahman foi preso arbitrariamente em fevereiro, era casado e pai de quatro filhos.
O comunicado descreveu o óbito como “assassinato premeditado”, ao destacar que as autoridades ocupantes se negaram a revelar sua identidade desde o falecimento.
Segundo seu advogado, uma autópsia está prevista para esta quarta-feira (15); entretanto, sem devido acesso de verificadores independentes nos necrotérios de Israel.
Abdelrahaman é a quinta vítima nas prisões da ocupação desde 7 de outubro, quando Israel renovou sua campanha de limpeza étnica e punição coletiva em Gaza e na Cisjordânia, além de um palestino de Gaza cuja identidade permanece desconhecida.
Na segunda-feira, o Serviço Penitenciário de Israel (SPI) reportou a morte de outro palestino em Megiddo, ao prometer analisar as circunstâncias.
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Conforme a alegação, o prisioneiro nasceu em 1990 e residia no norte da Cisjordânia, preso em fevereiro. Sua identidade ainda é um mistério. Seus carcereiros alegaram que ele sentiu mal estar e foi transferido à clínica, onde faleceu.
Em 23 de outubro, foi confirmada a morte de Omar Daraghmeh (58). Menos de 24 horas depois, Arafat Hamdan foi declarado morto.
Em 6 de novembro, foi anunciado o óbito de Majed Ahmed Zaqoul (32), da Faixa de Gaza, além de um conterrâneo cujo nome foi retido.
Desde 7 de outubro, Israel intensificou seus esforços repressivos contra o povo palestino, em retaliação a uma operação surpresa do grupo Hamas que cruzou a fronteira e capturou cerca de 240 colonos e soldados.
Desde então, forças israelenses detiveram mais de dois mil palestinos na Cisjordânia — a vasta maioria sem julgamento ou sequer acusação; reféns, por definição.
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Israel mantém bombardeios incessantes a Gaza desde 7 de outubro, com 11.240 mortos até então — entre os quais 4.630 crianças e 3.130 mulheres —, além de 30 mil feridos. Milhares estão desaparecidos sob os escombros.
Milhares de edifícios civis — incluindo hospitais, escolas, mesquitas, igrejas, abrigos e instalações sanitárias — foram danificados ou destruídos pelos ataques da ocupação.
Israel insiste ainda em um cerco absoluto à população civil — sem comida, água, remédios, eletricidade ou combustível. Ao promover sua violenta campanha, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, descreveu os palestinos como “animais”.
As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.