Portuguese / English

Middle East Near You

Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Ministro israelense sugere ‘migração voluntária’ dos palestinos de Gaza

Ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, discursa no parlamento (Knesset), em Jerusalém ocupada, 10 de julho de 2023 [Menahem Kahana/AFP via Getty Images]

O ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, defendeu a “migração voluntária” dos palestinos de Gaza, ao descrever a transferência compulsória — sob sítio e bombardeio — da população nativa como “solução humanitária” à crise.

As declarações de Smotrich, político de extrema-direita notório por falas racistas, confirma planos israelenses de coagir os palestinos de Gaza ao exílio em todo o mundo.

Nesta segunda-feira (13), em artigo ao jornal The Wall Street Journal, sob a manchete “O Ocidente deveria acolher os refugiados de Gaza”, os deputados sionistas, Danny Danon e Ram Ben- Barak corroboraram planos para realocação dos moradores de Gaza a Estados estrangeiros.

Dannon foi embaixador israelense nas Nações Unidas; Ben-Barak é ex-vice-diretor da agência de espionagem Mossad.

Nesta terça-feira (14), Smotrich manifestou apoio em sua página do Facebook: “Acolho a iniciativa dos membros do Knesset [parlamento] Ram Ben-Barak e Danny Danon sobre a migração voluntária [sic] dos árabes de Gaza a países do mundo. Esta é a melhor solução humanitária aos residentes de Gaza e de toda a região”.

Smotrich admitiu ainda razões econômicas: “Uma célula em uma pequena área como Gaza, sem recursos naturais ou fontes independentes para subsistência, não tem chance de existir de forma autônoma, econômica e politicamente, com tamanha densidade por tanto tempo.

LEIA: Biden mente e Israel comete crimes de guerra, alerta memorando interno dos EUA

“O Estado de Israel não poderá mais tolerar a existência de uma entidade independente em Gaza”, assegurou o ministro, também conhecido por seu ativismo colonial.

Como resultado, alegou Smotrich, “o acolhimento de refugiados por países que querem seu melhor, com generoso apoio e assistência financeira da comunidade internacional, é a única solução capaz de trazer o fim do sofrimento tanto a judeus quanto árabes”.

Apesar das supostas intenções humanitárias, Smotrich, alinhado a seu governo, se recusa a propor um cessar-fogo em Gaza, onde quase 12 mil civis foram mortos desde 7 de outubro.

Um documento vazado em outubro confirmou intenções de Israel de transferir à força os palestinos de Gaza ao deserto do Sinai, no Egito.

Críticos e pesquisadores denunciam limpeza étnica planejada.

Mustafa Barghouti, secretário-geral da Iniciativa Nacional Palestina, partido político radicado na Cisjordânia ocupada, reiterou que Smotrich “expõe as verdadeiras intenções e práticas do governo em Israel”.

“O próprio [primeiro-ministro Benjamin] Netanyahu disse, logo no começo da guerra a Gaza, que todos os palestinos de Gaza deveriam deixar suas casas”, reafirmou Barghouti. “Limpeza étnica é um crime de guerra, neste caso, conduzido ao bombardear civis indefesos”.

Israel mantém bombardeios incessantes a Gaza desde 7 de outubro, com 11.240 mortos até então — entre os quais 4.630 crianças e 3.130 mulheres —, além de 30 mil feridos. Milhares estão desaparecidos sob os escombros.

Milhares de edifícios civis — incluindo hospitais, escolas, mesquitas, igrejas, abrigos e instalações sanitárias — foram danificados ou destruídos pelos ataques da ocupação.

Israel insiste ainda em um cerco absoluto à população civil — sem comida, água, remédios, eletricidade ou combustível. Ao promover sua violenta campanha, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, descreveu os palestinos como “animais”.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

LEIA: ‘Venha e veja. Você não encontrará túneis e bombas, só nosso povo morrendo’ – diz médico de Hospital Indonésio

Categorias
IsraelNotíciaOriente MédioPalestina
Show Comments
Palestina: quatro mil anos de história
Show Comments