A França emitiu mandados internacionais de prisão para o presidente da Síria, Bashar al-Assad, e três associados do governo por seu envolvimento nos ataques com armas químicas contra a população civil em 2013.
As informações são da agência de notícias Reuters.
Segundo uma fonte judicial anônima e os advogados das vítimas, os mandados acusam o presidente, seu irmão Maher e os generais Ghassan Abbas e Bassam al-Hassan de serem cúmplices de crimes de guerra e lesa-humanidade na ocasião dos ataques.
Maher al-Assad é comandante da infame 4ª Divisão de Blindados do Exército da Síria. Abbas e al-Hassan trabalham no Centro de Pesquisa e Estudos Científicos, agência responsável por desenvolver as armas químicas.
Os ataques foram conduzidos em agosto de 2013 contra a aldeia de Douma e o distrito de Ghouta Oriental, na periferia de Damasco, matando entre mil e 1.400 pessoas.
O regime sírio nega envolvimento, ao culpar rebeldes. A Organização para Proibição de Armas Químicas (OPAQ), no entanto, concluiu a responsabilidade de Assad.
Os mandados — resultado de longas investigações penais — não são somente os primeiros a serem emitidos sobre a matéria, após uma década do incidente, como também é o primeiro a afetar o próprio presidente sírio, como marco histórico às vítimas dos ataques.
A Síria vive uma guerra civil desde 2011, quando Assad reprimiu violentamente protestos populares por democracia.
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