Crianças israelenses gravam canção pedindo aniquilação de Gaza

https://www.youtube.com/watch?v=mo6bGp652XI&ab_channel=TheElectronicIntifada

A emissora estatal Kan, radicada em Jerusalém ocupada, publicou um vídeo no qual crianças israelenses cantam pela “aniquilação” de Gaza, sob bombardeios que mataram ao menos 13 mil pessoas e deslocaram 1.7 milhão de civis.

A Frente Cível, grupo de militância sionista, compartilhou a chamada “Canção da Amizade 2023” em suas redes sociais no último domingo (19).

A letra pede abertamente a “destruição” dos palestinos de Gaza, em contraste aos apelos internacionais por cessar-fogo, fim da ocupação e colonização e desmonte da máquina de guerra e ódio empregue por Israel contra a população nativa.

“Noites de outono caem nas praias de Gaza, aviões lançam bombas. Destruição, destruição. Veja o exército cruzando as fronteiras. Para aniquilar quem carrega a suástica [sic]”, cantam as crianças. “Em um ano, não haverá nada lá. E voltaremos seguros a nossas casas [sic]. Em um ano, mataremos todo mundo. E voltaremos para semear os campos”.

A canção, como peça de propaganda, reflete o radicalismo enraizado na política e sociedade colonial sionista desde a infância, ao incitar o ódio contra os palestinos. Trata-se de discurso de ódio como política doutrinatória de formação e guerra.

Usuários das redes sociais condenaram a mensagem.

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“Não está claro porque a emissora estatal deletou o vídeo, mas provavelmente foi porque a torna cúmplice do genocídio”, comentou uma postagem.

Mesmo dentro de Israel, há apreensão de que tais publicações — abertamente racistas e inflamatórias, instrumentalizando a infância em favor do genocídio — agravem a crise de relações públicas vivenciada pelo Estado ocupante.

A canção soma-se ainda a uma retórica desumanizante aplicada por Tel Aviv contra o povo palestino, com o premiê Benjamin Netanyahu clamando por uma “guerra santa” contra as “crianças das trevas” e oficiais de governo pedindo um bombardeio atômico.

A difamação dos palestinos como “nazistas” soma-se ainda ao pretexto de “antissemitismo” para conduzir o genocídio em Gaza, apesar de denúncias de judeus antissionistas, incluindo sobreviventes do Holocausto, de que críticas legítimas à ocupação e apelos por libertação e autodeterminação não equivalem ao racismo antijudaico.

Tais grupos ganharam protagonismo em protestos internacionais, ao dizer “Não em nosso nome” e “Nunca mais é nunca mais para todos”.

Desde 7 de outubro, Israel mantém bombardeios contra Gaza, com mais de 13 mil mortos, incluindo 5.500 crianças e 3.500 mulheres. São mais de 32 mil feridos — cerca de 75% dos quais, crianças e mulheres.

Milhares de edifícios civis, incluindo bairros residenciais inteiros, hospitais, mesquitas, igrejas, escolas e abrigos, foram destruídos ou danificados. Milhares de pessoas estão desaparecidas sob os escombros — provavelmente mortas.

Israel impôs um cerco absoluto a Gaza — sem água, comida, eletricidade e combustível. Ao promover suas ações, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, descreveu os 2.4 milhões de palestinos de Gaza como “animais”.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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