A União das Associações Europeias de Futebol (UEFA) multou o Celtic Football Club, equipe tradicional de Glasgow, em £15.200 (US$17,500) após torcedores levarem bandeiras palestinas às arquibancadas, durante um jogo da Liga dos Campeões contra a equipe espanhola Atletico de Madrid, no último mês.
A UEFA alegou que as bandeiras nacionais — comuns nos estádios — seriam uma “mensagem provocatória de natureza ofensiva”.
Em novembro, a diretoria do Celtic baniu a Brigada Verde, torcida organizada, dos jogos, ao recorrer ao pretexto de “comportamentos inaceitáveis”; entretanto, ao tentar desvincular a suspensão com a “exposição de bandeiras palestinas”, mas sim supostas violações a normas de segurança e saúde.
A diretoria prometeu reembolsar os torcedores.
“Não passa de uma cortina de fumaça”, comentou a Brigada Verde à Al Jazeera. “A diretoria do clube é cínica e esperta. Querem nos sancionar e querem nos punir. Querem enviar uma mensagem para que fiquemos na linha e não façamos nada”.
A Brigada Verde confirmou ainda que empresários do clube expressaram apreensão com “sua imagem corporativa” aos acionistas.
“Mas não seremos constrangidos e continuaremos comprometidos em apoio à Palestina”, observou a torcida. “O amplo apoio da torcida mostra coragem e convicção: estar do lado certo da história e dar voz aos oprimidos — neste caso, os palestinos”.
Desde 7 de outubro, Israel mantém bombardeios intensos contra Gaza, em retaliação a uma ação surpresa do Hamas que cruzou a fronteira e capturou colonos e soldados.
São mais de 13 mil mortos em 45 dias, entre os quais 5.500 crianças e 3.500 mulheres, além de 30 mil feridos — cerca de 75% dos quais, crianças e mulheres.
Milhares de edifícios civis, incluindo bairros residenciais inteiros, hospitais, mesquitas, igrejas, escolas e abrigos, foram destruídos ou danificados. Milhares de pessoas estão desaparecidas sob os escombros — provavelmente mortas.
As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.
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