Horas antes de expirar a trégua entre Israel e o grupo palestino Hamas, nesta quinta-feira (30), o ministro de Segurança Nacional e deputado extremista israelense, Itamar Ben-Gvir, reivindicou o “retorno imediato de força total” contra a Faixa de Gaza sitiada.
“Devemos parar de fazer acordos com o diabo [sic] e retornar imediatamente com força total, para alcançar nosso objetivo, ao destruir completamente o Hamas e todas as suas ramificações”, declarou Ben-Gvir em comunicado.
Nesta semana, o ministro ameaçou dissolver a coalizão de governo caso Israel aderisse a um cessar-fogo, ao postar na rede social X (Twitter): “Fim da guerra, fim do governo”.
O ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, ecoou os apelos durante encontro com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, ao exigir o fim de todos os contatos com os mediadores da trégua.
Em uma série de tuítes, Smotrich acolheu “o retorno dos reféns”, mas advertiu que “a ideia de uma trégua já correu seu curso”.
“Concordar em suspender ainda mais os combates seria um erro que demonstra somente fraqueza”, alegou Smotrich. “Devemos cortar todos os laços e negociações com o Hamas e seus mediadores e olhar para o inimigo somente através da mira dos fuzis”.
Israel continua a adotar um discurso beligerante, desumanizante e fundamentalista contra a Faixa de Gaza.
Ao impor seu cerco absoluto à população civil, logo no início da ofensiva, o ministro da Defesa, Yoav Gallant, descreveu os 2.4 milhões de palestinos em Gaza como “animais”. Netanyahu chegou a incitar uma “guerra santa” contra “as crianças das trevas”.
Israel mantém bombardeios a Gaza desde 7 de outubro, em retaliação a uma ação surpresa do grupo Hamas que atravessou a fronteira e capturou colonos e soldados. Cerca de 15 mil palestinos foram mortos nos 45 dias que antecederam a trégua, entre os quais mais de seis mil crianças e quatro mil mulheres.
As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.