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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

‘Ameaçaram me matar e me estuprar’, relata palestina libertada das cadeias de Israel

Hanady Halawani, prisioneira política palestina libertada na última semana [Reprodução]

Hanady Halawani, refém palestina libertada na quinta-feira (30), como parte do acordo de troca de prisioneiros entre Israel e Hamas, descreveu sua recente experiência em custódia da ocupação como “a mais cruel de todas”.

Halawani recordou que, ao invadir sua casa em Jerusalém Oriental, em 9 de outubro, policiais israelenses seguiram a insultá-la e proferir ofensas islamofóbicas e ameaças.

Halawani já foi detida arbitrariamente diversas vezes pelas autoridades ocupantes, além de ser banida da Mesquita de Al-Aqsa.

Sua soltura foi parte da sexta leva de prisioneiros libertados pelo acordo.

“Toda prisão é mais difícil que a outra, mas essa última foi certamente a pior”, afirmou Halawani. “Foi uma prisão ilegal. Todas as outras vezes, os policiais tinham mandado e tocaram a campainha, mas dessa vez foi diferente. Eles explodiram a porta, sequer me deram tempo para eu me vestir e entraram sem mandado”.

“Cuspiram em mim e insultaram minha fé”, acrescentou.

Halawani observou que os policiais israelenses pisaram em um Alcorão que estava em sua casa, em evidente ato de provocação.

“Me disseram que não havia mais lei. Os policiais me bateram, me revistaram e ameaçaram me estuprar. Foi tudo muito degradante”. Halawani relembrou ainda “ameaças de morte” a ela e sua família.

Sobre as condições de custódia durante a agressão a Gaza, explicou Halawani: “Fui sujeita a violência física, verbal e psicológica. Foi muito difícil para mil e é muito, muito difícil para as mulheres prisioneiras em geral”.

Na última semana, Israel recebeu 60 prisioneiros de guerra em troca de 180 palestinos. Os palestinos — em grande parte, crianças — são mantidos há anos nas cadeias da ocupação, sob tortura e abuso, sem julgamento ou sequer acusação; reféns, por definição.

Nesta sexta-feira (1°), o exército israelense retomou seus ataques a Gaza, após sete dias de pausa para troca de prisioneiros.

Israel mantém bombardeios a Gaza desde 7 de outubro, em retaliação a uma ação surpresa do grupo Hamas que atravessou a fronteira e capturou colonos e soldados. Cerca de 15 mil palestinos foram mortos nos 45 dias que antecederam a trégua, entre os quais mais de seis mil crianças e quatro mil mulheres.

Desde então, Israel dobrou o número de reféns palestinos em seus calabouços, chegando a cerca de dez mil detidos arbitrariamente. As ações israelenses — tanto em Gaza quanto na Cisjordânia — são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

LEIA: Guterres, chefe da ONU, diz que trégua em Gaza não resolve “problemas-chave”

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