A União Nacional Africana do Zimbábue — Frente Patriótica (ZANU-PF), partido que governa o país meridional, rechaçou como “incompreensíveis” as sucessivas declarações de políticos israelenses sobre intenções de retomar seu massacre durante a trégua em Gaza.
Simbarashe Mumbengegwi, ex-ministro e atual secretário de Relações Exteriores do partido governista, reafirmou o apoio do país à luta contra a ocupação e colonização durante ato no Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino, em 29 de novembro.
Mumbengegwi acusou Israel de ludibriar o mundo ao se retratar como vítima.
“Existe terrorismo maior do que ocupar um povo, sua terra, seus recursos, suas riquezas?”, indagou Mumbengegwi. “Sempre que resistimos à ocupação, somos taxados de terroristas. E o ocupante tenta enganar o mundo ao afirmar ser a vítima! O povo palestino tem todo o direito de resistir!”
Segundo Mumbengegwi, o objetivo israelense é devastação e limpeza étnica. “Não querem comida, água, remédio, nada. Querem apenas se livrar dos milhões de palestinos. Portanto, bombardeiam hospitais e escolas sem pudor. Não por engano, mas por intenção”.
“Tudo isso é proibido pelo direito internacional, mas Israel pode fazê-lo porque as potências ocidentais permitem”, reiterou. “Nenhum dos países ocidentais parece disposto a denunciar essa guerra pelo que é: uma guerra contra a humanidade. Estão em silêncio. E mesmo lá, há protestos contra a indiferença dos governos e seu apoio aos assassinos”.
“Estamos vendo atrocidades sem precedentes desde a Segunda Guerra Mundial”, alertou o ex-chanceler. “Mesmo Hiroshima e Nagasaki não chegaram à escala de destruição imposta hoje à Palestina. Portanto, nos mantemos ao lado do povo palestino”.
Tamer al-Massri, embaixador palestino no Zimbábue, ecoou as denúncias de Mumbengegwi, ao observar que Israel comete crimes de lesa-humanidade na Faixa de Gaza sob salvaguarda do atual governo nos Estados Unidos.
O Zimbábue sofreu colonização e apartheid por forças do Reino Unido até 1980 — como a Palestina histórica entre 1920 e 1948 e a partir de 1948 pelas forças de Israel. O país era então chamado de Rodésia do Sul, em homenagem a um empreiteiro imperial britânico.
Israel mantém bombardeios a Gaza desde 7 de outubro, matando mais de 15 mil pessoas em menos de dois meses, entre as quais seis mil crianças e quatro mil mulheres. As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.
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