A Comissão de Assuntos dos Ex-prisioneiros, o Clube dos Prisioneiros Palestinos e a ong Addameer emitiram um comunicado conjunto para denunciar as políticas adotadas por Israel sobre os palestinos detidos em Gaza, então desaparecidos à força.
Palestinos recém libertados das cadeias da ocupação, sobretudo a penitenciária de Ofer, detidos em alas próximas aos prisioneiros de Gaza, reportaram que “carcereiros e forças israelenses cometem atos atrozes e hediondos contra eles, em segredo”.
As organizações alertaram ainda para possibilidade de execuções sumárias contra os prisioneiros, à medida que Israel se recusa a divulgar informações sobre seu destino, incluindo números, locais de detenção e condições de saúde.
Segundo relatos, ao menos 320 pessoas abduzidas em Gaza estão detidas nas alas 23 e 25 da penitenciária de Ofer. Cada ala tem capacidade de 120 prisioneiros.
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Palestinos de Gaza sofrem tratamento particularmente degradante, incluindo ordens para que cantem canções pró-Israel e ajam como cachorros antes de receberem suas refeições. Conforme os relatos, é possível ouvir seus gritos dia e noite, devido a tortura.
As organizações reiteraram que a persistente negativa israelense em revelar o paradeiro dos detidos “serve para cobrir os crimes cometidos contra eles”.
“A ocupação israelense, que continua a executar seu genocídio em Gaza, diante dos olhos de todo o mundo, não encontrará ninguém que os impeça a conduzir execuções secretas contra seus prisioneiros”,
acrescentou o alerta.
Israel mantém bombardeios contra a Faixa de Gaza sitiada há dois meses. Estima-se 20 mil mortos e até 50 mil feridos, incluindo milhares de pessoas sob os escombros. Cerca de 70% das vítimas são mulheres e crianças.
As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.