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Memoricídio: Israel ataca história de Gaza, destrói igrejas e mesquitas

Mesquita Sheikh Zayed al-Nahyan, destruída por bombardeios israelenses, na região de al-Ketibe, na Cidade de Gaza, em 4 de novembro de 2023 [Ali Jadallah/Agência Anadolu]

Israel mantém ataques diretos contra sítios arqueológicos e patrimônios históricos da Faixa de Gaza sitiada, relatam organizações relevantes, como parte de uma política deliberada de genocídio e memoricídio de longa data, cujo alvo não é somente a população palestina, mas também seu patrimônio cultural.

Nesta quinta-feira (7), aviões de guerra israelenses bombardearam a Mesquita Othman Bin Qashqar, na Cidade Velha de Gaza, matando dezenas de pessoas e causando danos às casas vizinhas.

O local foi construído no ano 1223 do calendário cristão (620 AH), no bairro de al-Zaytoun na Cidade de Gaza, considerado um dos santuários mais antigos do território costeiro.

O Ministério da Cultural registrou ataques a oito museus, incluindo Rafah, al-Qarara e Khan Younis, além da destruição de grande parte da Cidade Velha, contendo dezenas de edifícios, como igrejas, mesquitas e sítios arqueológicos.

Israel destruiu nove casas editoriais e bibliotecas e destruiu ou danificou ao menos 21 centros culturais.

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A Grande Mesquita Omari, a primeira mesquita de Gaza, situada no bairro de al-Daraj, também foi destruída por um ataque aéreo.

A Igreja de Santo Porfírio, no bairro de al-Zaytoun, também foi bombardeada. Sua construção data de 425 d.C., restaurada em 1856.

Outro santuário histórico destruído por Israel é a Mesquita Sayyed al-Hashim Mosque, considerada uma das mais importantes mesquitas da Cidade Velha de Gaza, por supostamente abrigar o túmulo de Hashim Bin Abd Manaf, avô do Profeta Mohammed.

A Igreja de Jabalia, cartão-postal do Levante, também foi destruída, além do Santuário de al-Khader, em Deir al-Balah, mais antigo monastério cristão construído na Palestina, cuja pedra fundamental foi posta por Santo Hilário no período bizantino.

As ações israelenses em Gaza coincidem com práticas coloniais de memoricídio adotadas na Palestina histórica desde a fundação do Estado sionista, na ocasião da Nakba ou “catástrofe”, em maio de 1948. Como prática comum a outras entidades coloniais no decorrer da história, o objetivo é apagar traços da população nativa das terras ocupadas.

Israel mantém bombardeios contra a Faixa de Gaza sitiada há dois meses. Estima-se 20 mil mortos e até 50 mil feridos, incluindo milhares de pessoas sob os escombros. Cerca de 70% das vítimas são mulheres e crianças.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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