Husam Zomlot, embaixador palestino no Reino Unido, reiterou que a opressão colonial contra seus concidadãos não teve início em 7 de outubro, mas 106 anos atrás, isto é, na ocasião da Declaração Balfour em 1917.
Em entrevista à agência de notícias Anadolu, destacou Zomlot neste sábado (9): “Tudo começou quando o Reino Unido prometeu nossas terras a terceiros sem nos consultar, tornando-nos nós, os palestinos nativos, em uma minoria não-judaica”.
“A busca por liberdade e justiça do povo palestino tem de ser reconhecida. Temos de responder às questões de direitos humanos e nacionais, além de questões da lei e do consenso internacional”, observou Zomlot.
“A única coisa que Israel parece compreender é guerra, violência e intimidação de civis”,
acrescentou.
Zomlot advertiu que os crimes hediondos de Israel somente são possíveis por um processo de desumanização do povo palestino — seja por lideranças políticas, seja pela cobertura da impresa corporativa.
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“Todos nós ouvimos. Ministros israelenses nos chamam de ‘animais humanos’. Não se pode matar pessoas dessa maneira, então é preciso desumanizá-las”, insistiu Zomlot.
Zomlot ganhou atenção por sua participação incisiva em vários programas de televisão nos países ocidentais, incluindo emissoras como CNN e BBC, ao contrapor os esforços de Israel de se retratar como vítima enquanto conduz um genocídio.
Israel mantém bombardeios a Gaza desde 7 de outubro, em retaliação a uma operação transfronteiriça do grupo Hamas. Desde então, as forças ocupantes mataram ao menos 17.700 pessoas e feriram quase 50 mil.
Cerca de 70% das vítimas são mulheres e crianças.
As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.