Israel está “replicando os mesmos crimes” executados durante a Nakba, ou “catástrofe” palestina, de 1948, quando cerca de 800 mil palestinos nativos foram expulsos de suas terras por milícias coloniais, para criação do Estado de Israel, afirmou em nota o Monitor de Direitos Humanos Euromediterrâneo, organização sediada em Genebra.
As informações são da agência de notícias Anadolu.
“O exército israelense está replicando os mesmos crimes cometidos por gangues sionistas durante a Nakba, que resultaram do deslocamento em massa do povo palestino”, destacou a ong.
“Os crimes incluem assassinato premeditado e ataques incendiários a casas e propriedades, além de tortura, assédio e humilhação a civis detidos”, acrescentou.
Ao citar testemunhos de civis recém-libertados, destacou o Monitor Euromediterrâneo: “Deve-se abrir urgentemente uma investigação internacional sobre os crimes hediondos perpetrados pelo exército de Israel durante suas incursões por terra à Faixa de Gaza, incluindo execuções sumárias, tortura e mesmo ameaças de estupro”.
A organização reiterou que a situação em Gaza equivale a “genocídio em curso”.
Segundo a denúncia, forças israelenses “aterrorizam e espancam residentes, além de prender centenas deles, incluindo mulheres, crianças e doentes”. As prisões arbitrárias não pouparam deficientes, dentre os quais um jovem com hemiplegia, isto é, paralisia em metade do corpo.
LEIA: Gaza é a nova Hiroshima, mas o mundo assiste a isso
Soldados israelenses removeram as pessoas de suas casas, deixaram-nas nuas e então as agrediram com água fria, cabos elétricos e metralhadoras.
O monitor reuniu relatos sobre forças especiais israelenses que invadiram abrigos aos refugiados em todo o território de Gaza, que abrigam milhares de pessoas em condições precárias de superlotação. “Invasões como essas envolvem execução de jovens à queima-roupa”, reiterou.
A organização pediu ainda à Organização das Nações Unidas (ONU) que “assuma suas responsabilidades e forneça salvo-conduto aos deslocados para evacuação” das áreas sob bombardeios. Além disso, exigiu de Israel que respeite a lei internacional para proteger a população civil.
Israel retomou sua ofensiva por ar e terra em Gaza em 1° de dezembro, após uma trégua de sete dias para troca de prisioneiros com o grupo de resistência Hamas.
Estima-se 18 mil palestinos mortos desde 7 de outubro e quase 50 mil feridos, além de milhares de desaparecidos sob os escombros – provavelmente mortos.
As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.