O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, reconheceu nesta terça-feira (12) “divergências” entre seu governo e a administração do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sobre o futuro de Gaza após o fim da guerra.
Netanyahu reiterou que seu governo “não repetirá os erros de Oslo”, de modo a não permitir que um partido palestino assuma a gestão do território costeiro – em franco detrimento da lei internacional e dos direitos à autodeterminação do povo palestino.
Segundo o premiê, Gaza não voltará a ser um “Hamastão ou Fatahistão [sic] após os enormes sacrifícios de nossos cidadãos e combatentes”.
Netanyahu atacou não somente o grupo de resistência Hamas, que administra Gaza, como o partido Fatah, que administra a Cisjordânia ocupada, na forma da Autoridade Palestina (AP), ao acusar suas estruturas cívicas de “ensinar, apoiar e financiar o terrorismo [sic]”.
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Neste sentido, acrescentou: “Sim, há divergências com Washington sobre o pós-Hamas, mas espero que cheguemos a um consenso sobre a questão”.
As declarações de Netanyahu foram divulgadas em vídeo por seu gabinete – isto é, propaganda de guerra. No vídeo, o premiê extremista agradeceu o apoio da Casa Branca “para destruir o Hamas e reaver os reféns israelenses”.
“Após intensas conversas com o presidente Biden e oficiais de sua gestão, garantimos pleno apoio para a invasão por terra e reduzimos a pressão internacional pelo fim da guerra”, alegou Netanyahu, apesar dos protestos globais por um cessar-fogo seguirem semana a semana.
Jake Sullivan, assessor de Segurança Nacional dos Estados Unidos, deve visitar Israel nesta quinta-feira (14) para debater “um cronograma para o fim da guerra”. Segundo a Reuters, reafirmou Sullivan: “Não sabemos da possibilidade de uma trégua no momento atual, mas trabalhamos para tanto”.
Sullivan confirmou que o “dia depois” estará na pauta.
Israel mantém uma guerra expansionista contra Gaza há quase 70 dias. São mais de 18 mil mortos e 50 mil feridos entre a população civil do território palestino. Milhares de pessoas continuam desaparecidas sob os escombros – provavelmente mortas.
As ações israelenses são crime de guerra e genocídio.