Matthew Miller, porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, reiterou a necessidade de Israel de não repetir o incidente de divulgar imagens de reféns palestinos despidos.
Na semana passada, o exército ocupante, ao tentar reproduzir uma imagem vitoriosa, reuniu grupos de homens palestinos e removeu suas roupas para rendê-los, sob o frio do inverno.
O efeito de relações públicas, contudo, foi contrário, à medida que as redes sociais identificavam os detidos como civis e traçavam paralelos com o tratamento desumano dos campos de concentração nazistas.
Os Estados Unidos, de sua parte, passam por uma crise interna, com protestos ininterruptos para que a administração do presidente Joe Biden pressione Tel Aviv a um cessar-fogo. Biden enfrenta recordes de desaprovação à véspera de um conturbado ano eleitoral – contudo, insiste em financiar Israel.
Durante coletiva de imprensa nesta quarta-feira (13), Miller explicou que oficiais israelenses foram contactados sobre a matéria.
Washington, contudo, recebeu em resposta uma suposta justificativa para as violações, que equivalem a violência sexual: “Eles [os soldados] conduzem revistas nos indivíduos detidos de Gaza para garantir que não estejam com coletes suicidas ou outras armas e que não representam às forças de defesa [sic]”.
Miller manifestou maior desconforto com a publicação das imagens do que com as ações. Segundo seu relato, oficiais israelenses “nos garantiram que essas fotografias não deveriam ser tiradas ou divulgadas, que não será a prática daqui em diante e que, caso revistem prisioneiros, devolverão suas roupas logo a seguir, como medidas obviamente adequadas”.
Israel mantém bombardeios a Gaza desde 7 de outubro, em uma campanha genocida com cumplicidade dos Estados Unidos e da imprensa corporativa, que buscam desumanizar o povo palestino. São quase 20 mil mortos e mais de 50 mil feridos – 70% mulheres e crianças.
Neste entremeio, Israel dobrou o número de presos políticos palestinos em suas cadeias, ao capturá-los tanto em Gaza quanto na Cisjordânia ocupada. A maioria continua detida sem julgamento ou acusação – reféns, por definição.
As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.