O quê: A batalha de Jerusalém
Onde: Palestina
Quando: 17 de novembro a 30 de dezembro de 1917
O que aconteceu?
Em 2 de novembro de 1917, o então secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, Arthur Balfour, emitiu sua infame declaração homônima prometendo ao movimento sionista o estabelecimento de uma pátria judaica na Palestina histórica, após a Primeira Guerra Mundial. Em questão de semanas, tropas britânicas lideradas pelo general Edmund Allenby avançaram a Jerusalém.
A batalha de Jerusalém ocorreu durante a campanha imperial do Reino Unido no Sinai e na Palestina, contra as forças do então Império Otomano.
A queda de Jerusalém
Os otomanos se renderam e entregaram Jerusalém aos britânicos em 9 de dezembro de 1917. O exército otomano removeu suas tropas da Cidade Santa com uma carta do governador da cidade encaminhada ao comando britânico:
“Nos últimos dois dias, bombas choveram sobre Jerusalém, sagrada a todas as comunidades. Deste modo, o governo otomano, a fim de salvaguardar os lugares sagrados da ruína e da destruição, retirou suas forças da cidade e ordenou a seus oficiais que cuidem das localidades sacras, como a Igreja do Santo Sepulcro e a Mesquita de Al-Aqsa. Esperamos que tratem a cidade de maneira similar …”
Dois dias depois, Allenby entrou a pé em Jerusalém pelo portão de Jaffa, tornando-se assim o 34° conquistador da Terra Santa. Combates prosseguiram até 30 de dezembro, três semanas após a carta de rendição do comando otomano.
Logo após adentrar na cidade, Allenby proclamou lei marcial e confirmou o cerco a Jerusalém ao ler sua declaração em seis idiomas distintos: inglês, francês, árabe, hebraico, russo e grego. Allenby prometeu aos palestinos de Jerusalém que o Reino Unido não causaria danos ou prejuízos à cidade, seus residentes e seus lugares sagrados.
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Declarou Allenby:
“Dado que sua cidade é vista com afeto pelos acólitos das três grandes religiões da humanidade e seu solo é consagrado por orações e peregrinações de multidões de devotos dessas três religiões há séculos, reafirmo a todos que cada edifício sacro, monumento, localidade tradicional, santuário, patrimônio e legado devoto ou de orações, de qualquer natureza, referente às nossas três religiões, será preservado e protegido conforme os costumes e crenças existentes daqueles cuja fé é absolutamente sagrada”.
Em seguida, concluiu: “A guerra dos cruzados está completa” — ao confirmar assim um caráter fundamentalista cristão em sua campanha.
O então primeiro-ministro do Reino Unido, David Lloyd George, descreveu a conquista de Jerusalém como “um presente de Natal ao povo britânico”.
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