Uma coalizão de colonos israelenses, com financiamento do Estado, reuniu-se para debater um “plano prático” para construir os primeiros assentamentos em Gaza, após ser concluída a atual operação de limpeza étnica no território palestino.
A conferência incitou alertas sobre a intenção israelense de anexar as terras ao expulsar a população nativa, para substituí-la por colonos ilegais.
A firma imobiliária israelense Harey Zahav, conhecida por investir em assentamentos ilegais na Cisjordânia ocupada, revelou seu plano de mercado para a Faixa de Gaza. Sua peça publicitária anuncia: “Uma casa na praia não é um sonho!”.
A propaganda levou à condenação de diversas partes. Críticos denunciam planos explícitos de colonização pós-genocídio, somando-se aos crimes de guerra e lesa-humanidade perpetrados pelas forças de Israel.
Construir assentamentos sobre ruínas palestinas traz memórias traumáticas da Nakba, ou “catástrofe”, em maio de 1948, quando 500 aldeias e cidades foram destruídas por milícias sionistas para estabelecer o Estado de Israel.
Na ocasião, cerca de 800 mil pessoas foram expulsas de suas terras ancestrais.
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À medida que Israel insiste em seu genocídio em Gaza, apesar do repúdio internacional, colonos supremacistas se mobilizam, com apoio do governo, para ampliar seu controle sobre a Palestina histórica, ao expulsar a população nativa.
Líderes coloniais e mesmo ministros defendem publicamente a anexação de terras ocupadas, sob pretextos fundamentalistas. O Estado israelense chegou a armar colonos extremistas, em meio a uma escalada de crimes de ódio.
Dois milhões de palestinos – entre 2.4 milhões de habitantes – foram deslocados à força em Gaza, sob os bombardeios de Israel, em direção à Rafah, na fronteira com o Egito.
Grupos coloniais afirmam que, após o conflito, “ninguém poderá lhes dizer o que fazer”, ao reiterar um sentimento de empoderamento e impunidade internacional.
Ao invés de mitigar tensões, a retórica do governo israelense buscou alimentar uma visão messiânica de “Grande Israel”, ao anexar terras árabes e perpetuar a opressão e a limpeza étnica. O discurso desumanizante corrobora o intuito genocida de Israel.
A comunidade internacional teme que, sem uma intervenção urgente para conter a violência colonial, os fatos em campo, impostos pela ocupação israelense, possam ameaçar quaisquer prospectos ou esperanças de coexistência pacífica na região.
Israel mantém uma brutal ofensiva contra Gaza desde 7 de outubro, deixando 19.453 mortos e 52.286 feridos – 70% dos quais, mulheres e crianças.
As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.