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Guerra em Gaza impõe ‘grave ameaça’ ao Egito, afirma Sisi após reeleição

19 de dezembro de 2023, às 03h58

Presidente do Egito, Abdel Fattah el-Sisi, no Cairo, em 18 de outubro de 2023 [Michael Kappeler/AFP via Getty Images]

O presidente do Egito, Abdel Fattah el-Sisi, destacou nesta segunda-feira (18) que a guerra em Gaza impõe uma “grave ameaça” à segurança nacional de seu país.

As informações são da agência de notícias Anadolu.

Sisi foi reeleito a um terceiro mandato de seis anos na última semana, em eleições presidenciais denunciadas por fraude. O general e presidente governa o país norte-africano desde 2014, após um golpe de Estado contra Mohamed Morsi — primeiro presidente democraticamente eleito do Egito.

A vitória de Sisi foi confirmada por uma comissão eleitoral no início desta segunda.

O chefe da comissão, Hazem Badawy, afirmou que 44.7 milhões de egípcios compareceram às urnas, entre 67.3 milhões de eleitores registrados, isto é, 66.8% de participação. Conforme os resultados anunciados, Sisi venceu com 89.6% dos votos válidos

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Em discurso televisionado, Sisi alegou que o comparecimento às urnas representou a rejeição à “guerra desumana de Israel contra Gaza e não apenas o pleito presidencial”.

“Esta guerra precisa chegar ao fim, dada a grave ameaça que impõe à segurança nacional do Egito e ao sofrimento impensável causado aos palestinos”, acrescentou.

Israel mantém uma brutal ofensiva contra Gaza desde 7 de outubro, deixando 19.453 mortos e 52.286 feridos – 70% dos quais, mulheres e crianças.

Os ataques da ocupação destruíram a infraestrutura de Gaza, deixando metade das casas inabitáveis. Quase dois milhões de pessoas – dentre 2.4 milhões – foram deslocadas pela campanha israelense, ao empurrá-los à região de Rafah, na fronteira com o Egito.

Políticos de Israel falam abertamente de transferência compulsória dos palestinos de Gaza através da fronteira, ao deserto do Sinai. O governo egípcio rejeita os planos, assim como a maior parte da comunidade internacional.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.