Portuguese / English

Middle East Near You

Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Médicos Sem Fronteiras alertam para situação humanitária ‘extrema’ na Cisjordânia

Membros da ong Médicos Sem Fronteiras (MSF) protestam em solidariedade aos palestinos em Beirute, no Líbano, em 4 de dezembro de 2023 [Houssam Shbaro/Agência Anadolu]

A ong Médicos Sem Fronteiras (MSF) classificou a situação humanitária na Cisjordânia ocupada como “extrema”, sobretudo na região de Jenin, em meio à escalada colonial israelense contra os palestinos.

“A situação hoje na Cisjordânia, em particular em Jenin, é extrema”, destacou Luz Saavedra, coordenadora local da organização. “Vemos aumento considerável na violência contra civis, cada vez maior desde 7 de outubro”.

Ataques de colonos e soldados israelenses aos serviços de saúde também aumentaram drasticamente e se tornaram mais organizados, confirmou Saavedra. Estradas e itens de infraestrutura de água e esgoto foram destruídos.

“Nas últimas semanas”, acrescentou, “forças israelenses sitiaram vários hospitais em Jenin, criando um impedimento direto à saúde — até mesmo mataram a tiros um adolescente no Hospital Khalil Suleiman. A obstrução à saúde, infelizmente, se tornou uma prática comum. Em cada incursão, hospitais, inclusive públicos, são sitiados pelas forças de Israel”.

A falta de respeito à santidade dos centros médicos, como consagrado pela lei internacional, é chocante, destacou a oficial da Médicos Sem Fronteiras.

“Desde outubro, vimos a execução a tiros de um menino de 14 anos em um hospital, além de soldados disparando gás lacrimogêneo e munição real contra o complexo várias vezes e paramédicos forçados a se despir e ajoelhar nas ruas”.

“Além da violência direta”, prosseguiu o relato, “o consistente bloqueio ao acesso de saúde põe a vida dos residentes do campo de refugiados [de Jenin] em risco, no que parece ser o procedimento padrão das forças militares na região”.

Saavedra concluiu ao alertar que sua organização não pode fornecer tratamento a pacientes impossibilitados de chegar aos hospitais. “Pessoas em necessidade devem ter salvo-conduto aos centros médicos; instalações de saúde devem ser protegidas”.

Israel mantém ataques brutais contra Gaza desde 7 de outubro, deixando 19.453 mortos e 52.286 feridos – 70% mulheres e crianças. Os ataques têm como alvo toda a infraestrutura civil de Gaza, incluindo redações, abrigos e hospitais.

Na Cisjordânia, as autoridades ocupantes mantêm uma campanha repressiva que dobrou o número de presos políticos em suas cadeias.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

LEIA: Houthis mantêm embargo no Mar Vermelho, seguradoras aumentam custo

Categorias
IsraelNotíciaOriente MédioPalestina
Show Comments
Palestina: quatro mil anos de história
Show Comments