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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Mulher muçulmana é agredida em crime de ódio em Mogi das Cruzes

Manifestantes seguram uma placa que diz "Islamofobia não é liberdade" do lado de fora da Embaixada da França em Londres, em 25 de agosto de 2016 [Justin Tallis/AFP via Getty Images]

Uma mulher muçulmana foi agredida por vizinhos no bairro de Jundiapeba, em Mogi das Cruzes, região metropolitana de São Paulo. As imagens foram divulgadas nas redes sociais.

Khadijah, vítima das agressões, relatou à CNN que uma briga entre crianças evoluiu a racismo, islamofobia e crime de ódio.

Ao tentar solucionar a questão, Khadijah foi agredida pela outra mãe, que contou com a ajuda de um homem. Khadijah teve escoriações nos braços, no rosto e no cotovelo. Os agressores tentaram arrancar o véu islâmico (hijab) de sua cabeça e arrebentaram o masbaha, item para orações que estava no pescoço da vítima.

O crime de ódio se configurou quando o homem que contribuiu com as agressões chamou Khadijah de “terrorista”, enquanto a segurava no chão pelo pescoço.

“Enquanto eu estava no chão, ele falou umas 4 vezes ‘e agora terrorista?’”, relatou a vítima.

Khadjah destacou que os vizinhos usaram de uma briga para atacar sua religião.

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“Usaram de uma briga de criança, disseram que meu filho já discutiu com o dela, mas meu filho me relatou que é porque o menino sempre tira sarro dele dizendo que a mãe dele é terrorista”, lamentou.

A vítima não parou de trabalhar por medo do que podem fazer com o filho dela.

Khadijah registrou o boletim de ocorrência, mas não teve o relato de islamofobia devidamente registrado na ocasião. No entanto, fez exame de corpo-delito e voltou para corrigir o boletim nesta quarta-feira (20).

Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, o caso foi registrado como lesão corporal pela 4º Delegacia de Polícia (DP) de Mogi das Cruzes.

O caso confirma um clima de xenofobia e islamofobia que se intensificou nos últimos meses, desde o início da deflagração da guerra israelense a Gaza, conforme forte propaganda de guerra, de cunho racista, da imprensa corporativa.

No Brasil, a intolerância contra muçulmanos foi alimentada pela ascensão da extrema-direita e do fundamentalismo evangélico, em particular com a eleição de Jair Bolsonaro à presidência da república.

No exterior, casos de islamofobia decolaram nos últimos dois meses, incluindo o assassinato a facadas de um menino palestino-americano na região de Chicago e um ataque a tiros a três estudantes de Vermont, por usar um lenço tradicional, deixando uma das vítimas paralisadas.

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