Espanha pede a Europa que seja ‘clara’ sobre sofrimento em Gaza

O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, afirmou nesta quarta-feira (20) que “a hora chegou para que os europeus falem com clareza, em uníssono” sobre a agressão israelense a Gaza, segundo informações da agência de notícias Anadolu.

“Não porque o mundo esteja assistindo, nem porque a história nos julgará, mas sim porque seres humanos estão sofrendo — crianças pequenas estão sofrendo e perdendo suas vidas”, declarou Sánchez, ao prometer “não cruzar os braços” diante da tragédia.

No parlamento, o discurso de Sánchez foi recebido com aplausos, após o premiê reafirmar o compromisso em reconhecer o Estado da Palestina, mesmo que a União Europeia se negue a fazê-lo.

“A Europa deve ativamente contribuir para uma solução definitiva ao conflito, ao colaborar com uma perspectiva comprometida com a paz”, reiterou Sánchez. “Os bombardeios devem cessar imediatamente [para que] o socorro humanitário chegue às pessoas que sofrem hoje com fome, frio e dor”.

Sánchez, no entanto, cede em alguns pontos, ao insistir na chamada solução de dois Estados e condenar as operações do Hamas em 7 de outubro, que cruzaram a fronteira e capturaram colonos e soldados.

Os grupos nacionais palestinos, por sua parte, condicionaram novas negociações para troca de prisioneiros a um cessar-fogo em Gaza.

Apesar da pressão internacional e da crise interna, o governo do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ainda se recusa a qualquer recuo, ao incitar e armar colonos radicais e sugerir a reocupação do território costeiro.

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O premiê espanhol pediu a soltura dos prisioneiros de guerra mantidos em Gaza, mas pediu também que Israel cumpra a lei internacional ao evitar a morte de civis.

Ione Belarra, chefe do partido Podemos e ex-ministra de Sánchez, instou ao premiê que use adequadamente o termo “genocídio” para descrever a ofensiva israelense em Gaza. Belarra falou das “milhares de pessoas exterminadas brutalmente pelo Estado de Israel”, ao acusar o regime sionista de ser uma “ameaça à democracia no mundo”.

Belarra reivindica não apenas que o mercado espanhol deixe de comercializar armas com Tel Aviv, como o corte de relações diplomáticas com o regime de apartheid.

Israel mantém bombardeios contra Gaza desde 7 de outubro, deixando 20 mil mortos e 50 mil feridos, além de dois milhões de pessoas desabrigadas de uma população de 2.4 milhões de habitantes. A maioria das vítimas são mulheres e crianças.

Gaza é descrita como “prisão a céu aberto” e “campo de concentração”.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

 

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