Negociadores do Hamas pediram a soltura de três líderes palestinos em qualquer nova troca de prisioneiros com o Estado de Israel, reportou nesta quinta-feira (21) o jornal em hebraico Yedioth Ahronoth.
Marwan Barghouti, Ahmed Saadat e Abdullah Barghouti são prisioneiros políticos bastante populares entre os palestinos. Apesar de sua prisão, são influentes em diversos eventos em campo na Cisjordânia ocupada.
Barghouti (64) é membro do Comitê Central do Fatah e favorito da população, segundo uma série de pesquisas recentes, para assumir a presidência da Autoridade Palestina no lugar do octogenário Mahmoud Abbas.
Barghouti foi preso por Israel em 2002 e condenado a cinco penas de prisão perpétua.
Segundo a reportagem, Barghouti “pode mudar a face da Autoridade Palestina”.
Saadat é secretário-geral da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), detido por Israel em 2008 e condenado a 30 anos de prisão por suposto envolvimento na morte do ex-ministro do Turismo israelense, Rehavam Ze’evi, em 2001.
Abdullah Barghouti é um líder proeminente do Hamas, também condenado a diversas penas de prisão perpétua por supostos ataques contra israelenses.
Israel se negou a incluir os três em um acordo de 2011 que incorreu na soltura do soldado israelense Gilad Shalit em troca de mil palestinos detidos.
O governo israelense não comentou os relatos até então. Contudo, lideranças do governo — incluindo o premiê Benjamin Netanyahu — insistem em rejeitar a demanda palestina por um cessar-fogo para avançar em uma troca de prisioneiros.
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Ismail Haniyeh, chefe político do Hamas, chegou ao Cairo na quarta-feira (20) para discutir a mediação do Egito para um novo acordo.
No fim de novembro, uma trégua resultou na libertação de 81 israelenses e 24 estrangeiros mantidos pelo Hamas, em troca de 240 palestinos em custódia de Israel — entre os quais 71 mulheres e 169 crianças.
Em 7 de outubro, combatentes do Hamas cruzaram a fronteira com Israel e capturaram em torno de 240 colonos e soldados. Estima-se que 130 israelenses continuem sob custódia do grupo de resistência em Gaza.
Israel, em contrapartida, lançou intensos bombardeios contra Gaza e escalou sua campanha repressiva na Cisjordânia, dobrando a população carcerária entre os palestinos. São cerca de cinco mil novos detidos em menos de três meses — a maioria sem julgamento ou acusação; reféns por definição.
Em Gaza, são 20 mil mortos, 50 mil feridos e dois milhões de pessoas desabrigadas, além de milhares de desaparecidos sob os escombros.
As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.