Cerimônia multirreligiosa em Londres presta homenagem aos mortos de Gaza

 

Em uma manifestação de solidariedade ao povo palestino, cristãos, muçulmanos e judeus se reuniram no Parque Gasholder em Londres para um evento de Natal cujo enfoque foram as orações àqueles que perderam a vida aos ataques israelenses a Gaza.

As informações são da agência de notícias Anadolu.

Trabalhadores de saúde responderam a um apelo da categoria, que convocou o evento.

“O Natal em Belém foi cancelado este ano”, destacou a organização de base Health Workers for Palestine. “Em vez disso, líderes das igrejas de Jerusalém pedem por preces sinceras por uma paz justa e duradoura”.

“Ao manifestar solidariedade das mais variadas fés e denominações, relembramos as vidas perdidas para os ataques indiscriminados aos civis e pedimos por um cessar-fogo imediato e permanente em Gaza”, acrescentou o comunicado.

Mona, enfermeira pediátrica de religião cristã, reiterou ser difícil celebrar o Natal enquanto civis sofrem na Terra Santa. Mona lamentou as enormes baixas do genocídio cometido pelas forças de Israel, ao observar que quase 340 profissionais de saúde perderam a vida.

Além disso, ao menos 110 colegas foram presos arbitrariamente por Israel, com um destino incerto nas cadeias da ocupação.

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Mona enfatizou os danos impostos a monumentos religiosos, entre os quais 176 mesquitas e quatro igrejas atacadas, de modo que sequer os locais de culto são seguros na Faixa de Gaza.

Aaron Keller, ativista da Plataforma dos Judeus Britânicos contra a Ocupação (Na’amod), deu enfoque à precariedade das condições em Gaza, com mais de 20 mil mortos, 50 mil feridos e dois milhões de desabrigados.

Keller mencionou o trauma coletivo devido aos ataques e recitou orações em hebraico por paz, cura e esperança.

Ao recordar sua visita à Palestina ocupada, Simon Woodman, pastor da Igreja Batista Central de Bloomsbury, comentou das restrições impostas às comemorações de Natal na cidade de Belém, na Cisjordânia ocupada.

“Neste ano, o nascimento de Jesus Cristo não pode ser celebrado onde Ele nasceu”, apontou Woodman, ao denunciar a injustiça em Gaza como um fator crucial não apenas à região, mas a todo o mundo.

O evento se encerrou com uma recitação da Surah Fatiha, do Alcorão, em memória daqueles que perderam a vida, e uma reedição da canção “Be Brave, Friend, You Won’t Walk Alone” — “Coragem, amigo, você não estará sozinho” —, considerada um símbolo da luta contra o apartheid na África do Sul.

À medida que os manifestantes voltavam para suas casas, suas preces e mensagens unívocas pareciam ecoar uma esperança em comum por paz e justiça na Palestina histórica, além de apelos para que a comunidade internacional responda à crise humanitária em Gaza.

Israel mantém bombardeios implacáveis contra Gaza desde 7 de outubro, deixando 20.674 mortos, 54.536 feridos e dois milhões de desabrigados até então — entre uma população de 2.4 milhões de pessoas. A maioria das vítimas são mulheres e crianças.

Hospitais, abrigos, rotas de fuga e mesmo sítios arqueológicos da primeira Cristandade não foram poupados.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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