O Papa Francisco pediu paz neste domingo, véspera de Natal, durante sua missa na Basílica de São Pedro, no Vaticano, em referência aberta à guerra israelense a Gaza, informou a rede de notícias Anadolu.
“Nesta noite, nossos corações estão em Belém, onde o Príncipe da Paz ainda é rejeitado pela lógica fútil da guerra”, comentou o pontífice durante sua tradicional missa na Basílica de São Pedro, no Vaticano.
A cidade palestina de Belém, na Cisjordânia ocupada, é conhecida como local de nascimento de Jesus e uma das mais antigas comunidades cristãs do mundo. Celebrações de Natal foram canceladas “em solidariedade ao povo em Gaza”.
Ataques de colonos e soldados israelenses nos territórios ocupados de Jerusalém Oriental e da da Cisjordânia se intensificaram desde 7 de outubro, em paralelo ao genocídio em Gaza.
O papa pediu o retorno dos prisioneiros de guerra em custódia do grupo Hamas, assim como reforçou apelos por um cessar-fogo.
“Suplico que cessem as operações militares, com as suas dramáticas consequências aos civis inocentes, e que seja remediada a desesperada situação humanitária, permitindo a chegada de ajuda [ao povo de Gaza]”, declarou Francisco.
Em seguida, pediu “que a violência e o ódio não sejam alimentados, mas sim que se busque uma solução para a questão palestina, através de um diálogo sincero e perseverante entre as partes, apoiado por forte vontade política e apoio da comunidade internacional”.
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Francisco defendeu o fim da produção de armas e criticou a atribuição de enormes quantias de fundos públicos para armamento. “Para dizer não à guerra é preciso dizer não às armas”, reiterou.
“Pois se o homem, cujo coração é instável e está ferido, tem instrumentos de morte em suas mãos, mais cedo ou mais tarde, vai usá-los. Como se pode falar de paz se a produção, a venda e o comércio de armas apenas aumentam?”, perguntou Francisco.
O papa argentino, em seu sermão, insistiu ainda aos fiéis cristãos que rechacem a obsessão com a “idolatria do consumismo”. No dia de Natal, o líder da Igreja Católica emite sua prece tradicional de “Urbi e Orbi” — “à cidade e ao mundo”.
Os bombardeios israelenses a Gaza deixaram 20.674 mortos, 54.536 feridos e dois milhões de desabrigados até então — entre uma população de 2.4 milhões de pessoas. A maioria das vítimas são mulheres e crianças.
As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.
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— Monitor do Oriente (@monitordoorient) December 26, 2023