A África do Sul registrou nesta sexta-feira (29) um recurso para iniciar procedimentos contra Israel diante do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ).
As informações são da agência de notícias Anadolu.
Segundo comunicado à imprensa da corte internacional, a petição se refere “a violações de Israel sobre suas obrigações, conforme a Convenção para Prevenção e Punição do Crime de Genocídio, no que diz respeito aos palestinos na Faixa de Gaza”.
“Atos e omissões de Israel … são genocidas em caráter, dado que são cometidos com intento específico [de] eliminar os palestinos de Gaza em sua natureza ampla de grupo étnico, racial e nacional”, acrescentou a nota.
“A conduta de Israel — por meio de seus órgãos e agentes de Estado, entre outras pessoas e entidades que agem sob suas instruções, diretrizes ou influência — no que concerne Gaza é uma violação de suas obrigações sob a Convenção de Genocídio”.
Em sua petição, o governo sul-africano acusou Israel de “falhar em impedir um genocídio” e “promover a incitação direta ou indireta do genocídio”.
“Israel engajou-se, ainda se engaja e instiga maiores riscos de atos genocidas contra o povo palestino de Gaza”, reafirmou a denúncia, ao instar o TIJ a “indicar medidas provisionais para evitar maiores danos severos e irreparáveis aos direitos do povo palestino”.
O governo sul-africano do presidente Cyril Ramaphosa se tornou uma das maiores vozes na arena internacional contra o genocídio em Gaza, ao ecoar apelos pelo fim do apartheid nos territórios palestinos ocupados.
A campanha civil contra a ocupação israelense na Palestina história não apenas referencia a luta anti-apartheid sul-africana, como conquistou aliados influentes no país, como Desmond Tutu e Nelson Mandela.
Israel mantém uma ofensiva brutal contra a Faixa de Gaza desde 7 de outubro, deixando ao menos 21.672 mortos, 56.165 feridos e dois milhões de desabrigados. A maioria das vítimas são mulheres e crianças.
Nas últimas 24 horas, ao menos 165 palestinos foram mortos por bombardeios de Israel.
As ações israelenses são crime de guerra e genocídio.
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