Abdulrahman Bahash (23), da cidade de Nablus, na Cisjordânia ocupada, faleceu nesta segunda-feira (1°) no presídio israelense de Megiddo, segundo anúncio do Serviço Penitenciário de Israel, emitido no período da noite.
Trata-se do sétimo palestino morto nas cadeias da ocupação desde 7 de outubro.
“A morte de um prisioneiro de segurança [sic] do presídio de Megiddo foi confirmada hoje, 1° de janeiro, segunda-feira”, declarou a autoridade ocupante em nota. “O prisioneiro tinha 23 anos, era residente de Nablus e pertencia ao movimento Fatah. Foi transferido à prisão em junho de 2022”.
O comunicado se negou a citar o nome de Bahash, mas insistiu em acusá-lo vagamente de “abrir fogo, comunicar-se com uma organização hostil, cometer crimes ilegais [sic] e atirar um objeto inflamável”. A agência prometeu “examinar” as circunstâncias de sua morte.
Em nota conjunta, a Comissão de Assuntos dos Prisioneiros Palestinos e o Clube dos Prisioneiros Palestinos destacaram que Bahash estava detido desde 31 de maio de 2022, condenado por um tribunal militar a 35 meses de prisão.
“O assassinato de Bahash confirma que o Estado ocupante mantém, sem qualquer dissuasão ou consideração, sua campanha de execução contra prisioneiros”, reiteraram as ongs palestinas de direitos humanos. “Esta é uma adição à lista de crimes sistemáticos de tortura e abuso”.
Israel intensificou sua campanha de prisão contra a Cisjordânia ocupada desde 7 de outubro, no contexto do genocídio em Gaza. A ocupação dobrou a população carcerária palestina em menos de três meses, com quase cinco mil novos detidos.
Os palestinos são encaminhados a cortes militares — à parte dos colonos ilegais — que impõem detenção administrativa sobre a maioria dos prisioneiros políticos. Conforme o mecanismo, os detidos permanecem até anos encarcerados sem julgamento ou sequer acusação — reféns, por definição.
O ministro de Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, conhecido por posições e medidas racistas, ordenou a escalada da repressão nas cadeias, ao intensificar revistas, reduzir refeições, negar visitas de familiares e impor agressões cotidianas e negligência médica.
O sofrimento dos palestinos nas cadeias de Israel veio à tona com a troca de prisioneiros entre a ocupação e o Hamas, no fim de novembro, em meio à breve trégua nos ataques a Gaza. Crianças e mulheres deixaram o cárcere com cicatrizes e traumas, em meio a relatos de tortura.
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As ações israelenses desde 7 de outubro, tanto em Gaza sitiada quanto na Cisjordânia ocupada, são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.