Shahar Mendelson, amigo do capitão Harel Itach, morto recentemente em combate na Cidade de Gaza, revelou ao jornalista Yael Dan, da rádio militar israelense, que o amigo encontrou um bebê chorando ao invadir a região; então, levou a criança a Israel. Itach pressupôs que a família inteira do bebê havia sido morta pela campanha israelense.
O bebê foi, portanto, sequestrado de Gaza após ataques aéreos resultarem na morte de seus pais, reiterou a agência de notícias Anadolu. No enclave sitiado, estima-se que 25 mil crianças ficaram órfãs desde o início da campanha israelense em 7 de outubro.
Itach, capitão da Brigada Givati, conhecida por violações das convenções de guerra e do direito internacional, foi morto em combate no norte de Gaza em 22 de novembro, quando grupos da resistência palestina intensificaram operações de guerrilha em meio aos escombros.
O bebê foi levado a um hospital no território designado Israel — ocupado durante a Nakba, ou “catástrofe”, em maio de 1948, quando foi criado o Estado colonial sionista na Palestina histórica, mediante limpeza étnica planejada contra a população nativa.
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Questionado sobre o bebê, afirmou Mendelson: “Itach falou a um amigo durante seu turno em Gaza e lhe disse que, em uma das casas que entrou, ouviu um choro e decidiu levar a menina a Israel”. Mendelson confirmou que a família provavelmente foi morta; porém sem detalhes.
O exército ocupante ou sua principal rede de mídia, a rádio militar Kan, não se aprofundaram na matéria, tampouco esclareceram o paradeiro ou a identidade do bebê.
Não está claro se se trata de um caso isolado ou se o roubo de bebês de Gaza se tornou prática corrente por parte das forças coloniais de Israel.
Israel mantém sua agressão a Gaza desde 7 de outubro, deixando 21.978 palestinos mortos e ao menos 56.697 feridos — além de dois milhões de desabrigados. Estima-se dez mil pessoas ainda desaparecidas sob os escombros — provavelmente mortas. A maioria das vítimas são mulheres e crianças.
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As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.