A Arábia Saudita formalizou sua entrada no bloco dos Brics, como é conhecido o grupo de países emergentes constituído originalmente por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, informou a televisão estatal da monarquia islâmica.
Faisan bin Farhan al-Saud, ministro de Relações Exteriores da Arábia Saudita, afirmou em agosto último que seu governo avaliaria os detalhes da data proposta de 1° de janeiro para a filiação ao bloco, a fim de tomar “a decisão apropriada”.
O príncipe e chanceler descreveu o bloco dos Brics como um “canal benéfico e importante” para fortalecer a cooperação econômica transnacional.
No ano passado, o bloco original decidiu ampliar seu escopo, ao deferir a adesão de Argentina, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito, Etiópia e Irã. O novo governo de extrema-direita do presidente argentino Javier Milei, no entanto, rescindiu o convite.
A filiação saudita coincide com tensões entre China e Estados Unidos, à medida que a influência chinesa cresce no reino. Sob mediação de Pequim, Irã e Arábia Saudita normalizaram laços, após anos de conflitos por procuração.
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Apesar de relações históricas com os Estados Unidos, o reino saudita decidiu buscar seu próprio caminho, demonstrando mais uma vez a queda da influência americana na região do Golfo.
A China, maior importador de petróleo saudita, liderou os esforços para expandir os Brics, junto do governo russo que busca contornar sanções por sua invasão à Ucrânia.
Não há informações sobre uma eventual mudança de nome do bloco, que busca alcançar uma nova ordem global, de caráter multipolar — dando protagonismo ao chamado Sul Global e indo além do eixo Europa-Estados Unidos.