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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

EUA criticam ministros israelenses por pedir expulsão dos palestinos de Gaza

Ministro de Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, e Ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, em Jerusalém ocupada [Abir Sultan/AFP via Getty Images]

O Departamento de Estado dos Estados Unidos criticou nesta terça-feira (2) apelos recentes dos ministros israelenses Bezalel Smotrich (Finanças) e Itamar Ben-Gvir (Segurança Nacional) para a “emigração voluntária” dos palestinos de Gaza, ao rechaçar sua retórica como “irresponsável e inflamatória”, segundo informações da agência Reuters.

Os comentários confirmam intenção de limpeza étnica e anexação ilegal por parte de Israel.

Para muitos analistas, trata-se de uma nova fase da Nakba, ou “catástrofe” palestina, ao escalar a expulsão dos palestinos nativos via massacres conduzidos por forças coloniais sionistas, como ocorreu em maio de 1948, para dar lugar à criação do Estado de Israel.

Smotrich é um dos políticos mais eminentes da coalizão extremista de Benjamin Netanyahu. No domingo (31), o ministro das Finanças voltou a pedir a fuga dos palestinos de Gaza.

Para Ben-Gvir, o genocídio no território costeiro é uma “oportunidade para nos concentrarmos em encorajar a migração dos residentes de Gaza”.

Em resposta a ambos, alegou chancelaria americana: “Trata-se de uma retórica irresponsável e inflamatória. Fomos ditos consistentemente pelo governo de Israel, incluindo o premiê, que tais comentários não refletem sua política de governo”.

Segundo a Casa Branca, tais declarações precisam “parar imediatamente”.

“Somos claros e inequívocos ao dizer que Gaza é terra palestina e permanecerá terra palestina; no entanto, sem o controle do Hamas no futuro e sem a presença de grupos terroristas [sic] que possam ameaçar Israel”, acrescentou a nota de repúdio.

LEIA: Como ficará o Oriente Médio após a guerra de Gaza?

Trata-se, porém, de um esforço de relações públicas, à medida que o governo democrata de Joe Biden sofre índices recordes de rejeição, às vésperas de uma conturbada campanha eleitoral na qual deve enfrentar novamente Donald Trump. Muitos progressistas citam o apoio ao genocídio em Gaza como razão para se abster do pleito.

O próprio Netanyahu é também notório por falas racistas e desumanizantes, que corroboram o intuito genocida nos mais altos círculos de poder. Ao promover sua invasão por terra, o premiê chegou a convocar uma “guerra santa” contra as “crianças das trevas”.

Ao impor um cerco absoluto a Gaza — sem luz, água, comida ou medicamentos — seu ministro da Defesa, Yoav Gallant, descreveu os 2.4 milhões de habitantes do enclave mediterrâneo como “animais humanos”.

Deputados de todo espectro político em Israel pedem “reocupação” de Gaza, via transferência compulsória da população nativa ao deserto do Sinai.

O partido fundamentalista de Smotrich, Sionismo Religioso, tem apoio da maioria dos colonos ilegais nos territórios ocupados e foi crucial para que Netanyahu chegasse a seu sexto mandato como primeiro-ministro. Juntou-se a ele o partido supremacista de Ben-Gvir, que adota o nome Otzma Yehudit (Poder Judeu).

Israel mantém ataques implacáveis contra Gaza desde 7 de outubro, deixando 22.185 mortos e quase 58 mil feridos, além de dois milhões de desabrigados. Os massacres israelenses deixaram Gaza em ruínas, sob profunda crise humanitária.

Cerca de 60% da infraestrutura local foi destruída ou danificada, em meio a um cerco absoluto imposto por Israel que priva os habitantes carentes de luz, água, comida e medicamentos.

As ações israelenses são crime de guerra e genocídio.

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