Ismail Haniyeh, chefe do gabinete político do movimento Hamas, disse nesta terça-feira (2) que sua organização está aberta à formação de um “governo de união nacional” para administrar a Faixa de Gaza sitiada e a Cisjordânia ocupada.
As informações são da agência de notícias Anadolu.
Em discurso gravado, declarou Haniyeh:
Estamos abertos a reconstruir democraticamente nossa referência nacional sob o guarda-chuva da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), além de consentir, portanto, com um governo de união para Gaza e Cisjordânia.
Haniyeh prometeu que Gaza não viverá um “vácuo político”, rumo a um acordo de reconciliação nacional para administrar os territórios palestinos.
Gaza e Cisjordânia permanecem divididas desde 2007, quando o Hamas — então como partido político — ganhou as eleições nacionais palestinas; porém sem aval de Israel, em favor do bloco colaboracionista de Mahmoud Abbas.
Desde então, o Hamas governa Gaza, enquanto o Fatah, na forma da Autoridade Palestina (AP), governa a Cisjordânia.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, opõe-se ao retorno da Autoridade Palestina a Gaza, ao insistir, no entanto, na “reocupação” do território.
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Sobre um cessar-fogo em Gaza, Haniyeh confirmou que o grupo apresentou condições a Egito e Catar para suspender os combates e negociar prisioneiros.
Segundo Haniyeh:
Nosso ponto de vista se baseia em uma cessação abrangente da agressão contra o povo [palestino], além de fornecimento contínuo de assistência humanitária e resposta devida a seus direitos legítimos.
Israel mantém sua agressão a Gaza desde 7 de outubro, deixando 22.185 mortos e 57.035 feridos — além de dois milhões de desabrigados entre os 2.4 milhões de habitantes. Dez mil pessoas ainda estão desaparecidas sob os escombros — provavelmente mortas.
A maioria das vítimas são mulheres e crianças.
As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.