Forças israelenses lançaram uma série de ataques e incursões por terra na cidade de Tulkarm e seu campo de refugiados, na Cisjordânia ocupada, na manhã desta quinta-feira (4). Trata-se do segundo dia consecutivo de ofensiva israelense na região.
Segundo organizações de direitos humanos, o exército ocupante prendeu diversas pessoas, para levá-la a interrogatórios em localidades desconhecidas, sob pretexto de participar da resistência armada contra colonos ilegais.
A Cisjordânia vive uma campanha de prisões há três meses, que dobrou a população carcerária palestina, com quase cinco mil novos detidos.
As prisões se concentram em Jenin, Tulkarm, Nablus, Ramallah, Bethlehem, Hebron e Tubas.
Dezenas de casas foram invadidas e residentes tiveram seus bens expropriados.
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Mesmo crianças são levadas a interrogatórios; muitas retornam com relatos e sinais de tortura.
Na província de Tulkarm, autoridades israelenses implodiram a casa da família do mártir Sanad Ghannam, no campo de Nour Shams, impactando residências vizinhas. Ghannam foi morto em 2005, mas seus familiars são alvejados e deslocados sucessivamente desde então.
Nour Shams foi assolado por uma série de explosões contra propriedades palestinas, incluindo incêndios. Casas e lojas foram vandalizadas pelos soldados. Um toque de recolher foi imposto à medida que tropas ocupantes se posicionavam na Mesquita Abu Bakr al-Siddiq.
Em um campo vizinho, ainda em Tulkarm, tratores blindados destruíram ruas, infraestrutura e propriedades, incluindo lojas e veículos. Os locais mais afetados foram o distrito de Madares, a praça Hanoun e o bairro de Balawneh.
O Clube dos Prisioneiros Palestinos — ong que acompanha as condições dos presos políticos nas cadeias da ocupação — identificou Iyad Hamid, Tariq Shusha, Rashid Hamamra, Moamen Zaid, Yahya Yadak, Hani Rabi, Mohammad Abu Safiya e Raafat Bashir Ahmed como os jovens detidos pela ocupação na mais recente campanha.
Suas casas foram vandalizadas durante as prisões.
Israel mantém uma campanha de punição coletiva contra o povo palestino há 90 dias, com uma escalada da violência colonial na Cisjordânia ocupada e um genocídio aberto contra Gaza, com mais de 20 mil mortos e quase 60 mil feridos.
As ações israelenses são crime de guerra e lesa-humanidade.