O Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) marcou para quinta e sexta-feira da próxima semana, 11 e 12 de janeiro, as primeiras audiências públicas sobre a denúncia da África da Sul referentes ao crime de genocídio perpetrado por Israel na Faixa de Gaza sitiada.
As datas foram confirmadas em nota nesta quarta-feira (3).
Na sexta-feira passada, 29 de dezembro, o governo sul-africano requisitou da corte superior das Nações Unidas a emissão de um mandado urgente declarando que Israel viola suas obrigações conforme a Convenção sobre Genocídio de 1948, ao invadir Gaza sob o pretexto de combater o movimento Hamas.
Israel prometeu comparecer ao tribunal para contestar as acusações.
Segundo a rede Axios, o advogado Alan Dershowitz está cotado para liderar a defesa israelense. Dershowitz é conhecido por defender o pedófilo Jeffrey Epstein, o estuprador em série Harvey Weinstein e o ex-presidente americano Donald Trump.
O argumento de Dershowitz deve recorrer à difamação de antissemitismo para tentar contrapor denúncias legítimas sobre as violações israelenses e impedir, portanto, a responsabilização do Estado colonial sionista.
Após as audiências, a corte internacional costuma levar uma ou duas semanas para deferir um veredito sobre medidas emergenciais.
O veredito é definitivo, mas não há mecanismos para aplicá-lo.
Israel mantém ataques implacáveis contra Gaza desde 7 de outubro, deixando 22.185 mortos e quase 58 mil feridos, além de dois milhões de desabrigados. Os massacres israelenses deixaram Gaza em ruínas, sob profunda crise humanitária.
Cerca de 60% da infraestrutura local foi destruída ou danificada, em meio a um cerco absoluto imposto por Israel que priva os habitantes carentes de luz, água, comida e medicamentos.
As ações israelenses são crime de guerra e genocídio.