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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

McDonald’s admite ‘impacto significativo nos negócios’ sob esforços de boicote

Logotipo do McDonald’s em uma tela de smartphone em Ancara, Turquia, em 13 de dezembro de 2023 [Ömer Taha Çetin/Agência Anadolu]

Chris Kempczinski, diretor executivo do McDonald’s, confirmou que a empresa está vivenciando o que descreveu como “impacto significativo nos negócios”, em meio a apelos por boicote à rede de fast-food por seu apoio a Israel.

Os efeitos negativos foram observados tanto em mercados do Oriente Médio quanto em países fora da região, sob chamados do movimento civil de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) contra empresas ou produtos que porventura apoiem o apartheid israelense.

Em postagem na rede LinkedIn publicada nesta quinta-feira (4), escreveu Kempczinski: “Diversos mercados no Oriente Médio e alguns fora da região estão vivenciando impacto significativo nos negócios, que afetam marcas como o McDonald’s”.

“Isso é desolador e sem fundamento”, alegou o CEO. “Em todo país em que operamos, incluindo nos países islâmicos, o McDonald’s é orgulhosamente representado por operadores locais”.

“Nossos corações continuam junto das comunidades e das famílias impactadas pela guerra no Oriente Médio. Abominamos toda e qualquer violência, rechaçamos firmemente o discurso de ódio e sempre manteremos nossas portas abertas a todos”, acrescentou.

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A nota de relações públicas confirma o impacto das críticas a imagens e vídeos que viralizaram online, nas quais lojas em Israel oferecem lanches gratuitos a soldados combatendo em Gaza. Os registros levaram a indignação do público árabe e galvanizaram apelos por boicote.

O movimento de BDS — organização pró-Palestina fundada em 2005, seguindo o modelo de luta antiapartheid da África do Sul — sugeriu boicote ao McDonald’s em novembro, ao advertir para o “apoio aberto” de franqueados ao exército israelense.

O grupo denunciou ainda esforços corporativos para reprimir protestos. “Em vez de pressionar a marca parental, a Corporação McDonald’s, a revogar seu vergonhoso contrato de franquia com Israel, o McDonald’s da Malásia e seu proprietário saudita buscam desesperadamente silenciar vozes solidárias junto à luta palestina por libertação”.

“Não podemos deixar isso passar”, acrescentou o alerta. “Vamos mostrar ao McDonald’s o que movimentos de base por boicote podem fazer”.

A franquia malaia do McDonald’s abriu um processo contra o ramo nacional do BDS no início da semana, alegando disseminação de “declarações falsas e difamatórias” sobre Gaza, afetando os negócios. Segundo a agência Reuters, a empresa pede indenização de US$1 milhão.

O impacto sobre o McDonald’s pela campanha de BDS soma-se a uma perda de US$11 bilhões da marca Starbucks, totalizando 9.4% em seu valor de mercado. Além disso, a fabricante esportiva Puma decidiu encerrar seu patrocínio à seleção nacional de futebol israelense, sinalizando outro êxito da campanha.

Israel mantém ataques a Gaza há três meses, deixando ao menos 22.400 mortos e 57.614 feridos — 70% dos quais mulheres e crianças.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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