A corporação estatal chinesa Cosco suspendeu suas remessas marítimas a Israel, de acordo com a imprensa israelense, em uma série de reportagens publicadas neste fim de semana.
Quarta maior companhia de navegação do mundo, que contribui com 11% do comércio global, a Cosco justificou a medida pelas operações do grupo iemenita houthi no Mar Vermelho.
O site israelense Globes questionou a decisão, ao alegar que a empresa “não está sob ameaça real no Mar Vermelho pela simples razão de ser chinesa … e por causa das relações entre China e Irã, país que patrocina os houthis no Iêmen”.
Segundo o website, o porto israelense de Haifa, no litoral do Mar Mediterrâneo, é administrado pela firma chinesa e depende de suas remessas.
O grupo houthi no Iêmen, ligado ao Irã, impôs um embargo comercial ao Mar Vermelho, contra embarcações destinadas a Israel, em resposta ao genocídio em Gaza.
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Duas das maiores empresas no mundo, a MSC e a Maersk, também suspenderam sua rota pelo Mar Vermelho em meados de dezembro, para substitui-la pela rota mais extensa e onerosa do Cabo da Boa Esperança, no extremo sul do continente africano.
Em 18 de dezembro último, Lloyd Austin, secretário de Defesa dos Estados Unidos, anunciou a formação de uma coalizão transnacional para reagir aos ataques houthis. Contudo, desde então, muitos países deixaram a aliança, incluindo Espanha, Itália e França.
As ações têm impacto efetivo na economia israelense em meio à campanha de guerra mais cara de sua história — segundo a imprensa local, sem quaisquer resultados factuais.
Desde 7 de outubro, Israel mantém ataques implacáveis contra Gaza, matando 22.835 pessoas e ferindo outras 58.416 — a maioria mulheres e crianças. Dois milhões foram deslocadas à força, em meio à destruição de 60% da infraestrutura e cerco imposto pelas forças ocupantes — sem água, comida, luz ou medicamentos.
Neste entremeio, Israel buscou expandir as frentes de batalha, ao atacar o sul do Líbano, Iêmen, Síria, e mesmo partes do Iraque — locais onde o Irã tem influência.
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Analistas alertam que a continuidade das ações israelenses em Gaza arrisca a disseminação do conflito a uma escala global.
As ações israelenses são crime de guerra e genocídio.