Portuguese / English

Middle East Near You

Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Polícia da Nova York realiza prisões por túnel encontrado em sinagoga

Polícia de Nova York conduz medidas de isolamento, em 6 de setembro de 2019 [Islam Dogru/Agência Anadolu]

A polícia de Nova York prendeu dez judeus ortodoxos após confrontos em uma sinagoga no Brooklyn nesta segunda-feira (8), quando trabalhadores da construção civil tentaram concretar um túnel clandestino. A operação foi recebida com violência por estudantes da sinagoga.

Os túneis pareciam conectar partes distintas da sinagoga, incluindo o centro de orações e um banho feminino, ao se estender para além da área construída, tomando até mesmo estruturas vizinhas e as ruas da cidade.

A passagem foi escavada sob a sede do movimento Chabad, movimento hassídico e messiânico, com sede no bairro de Crown Heights.

As escavações corriam há anos, mas foram descobertas apenas no mês passado, quando um proprietário local ouviu ruídos à noite. Autoridades descreveram o túnel como “amador”, contudo advertiram para riscos estruturais ao longo de sua extensão.

Segundo relatos, as vias foram construídas por jovens do movimento Chabad, para contornar as restrições sobre a pandemia de covid-19, entre 2020 e 2021. Através dos túneis deles, seria possível acessar o templo sem a necessidade de passar pelo controle de segurança.

O uso corrente das vias ainda não está claro, embora supostamente utilizado para chegar a um mikvah feminino, como são conhecidos os banhos rituais judaicos.

Parte dos estudantes se rebelou contra a polícia, ao vandalizar a sede da organização para impedir que os túneis fossem selados.

LEIA: Realidade paralela: quem é o ‘inimigo’ de Israel?

A agência judaica de comunicação Forward, com sede nos Estados Unidos, reportou que o episódio está entre as últimas controvérsias decorrentes de um conflito de anos entre o movimento Chabad e a liderança da sinagoga pelo controle do edifício.

O rabino local Yosef Braun condenou a obra clandestina: “Uma coisa horrível ocorreu hoje e, infelizmente, vem acontecendo há muitos, muitos anos. Um grupo de pessoas que não foram indicadas por ninguém assumiu o controle do santuário, para fazer o que bem quisessem.”

O porta-voz do movimento Chabad-Lubavitcher, o rabino Motti Seligson, disse em comunicado publicado na plataforma de rede social X (Twitter) que ações de “extremistas” forçaram o fechamento temporário do prédio enquanto aguardava uma revisão de segurança estrutural.

“Isso é, obviamente, profundamente angustiante para o movimento Lubavitch e para a comunidade judaica em todo o mundo”, escreveu Seligson. “Esperamos e oramos para poder restaurar rapidamente a santidade e o decoro deste lugar santo.”

O Chabad Lubavitch é um movimento judaico ortodoxo fundado no século XVIII em Belarus, de grande influência na comunidade judaica dos Estados Unidos.

O movimento cresceu drasticamente nos últimos anos por sua relativa permissividade com judeus e gentios, incluindo a conversão do presidente argentino Javier Milei e a aceitação de judeus reformados, como Jared Kushner, genro do ex-presidente Donald Trump.

O Lubavitch é atualmente o movimento judaico que mais cresce nos Estados Unidos, base de apoio do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu.

Categorias
Ásia & AméricasEstados UnidosNotícia
Show Comments
Palestina: quatro mil anos de história
Show Comments