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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Assassinatos e restrições a jornalistas revelam o que Israel quer esconder

Funeral de dois jornalistas mortos pelos ataques israelenses a Rafah, no sul de Gaza, incluindo Hamza al-Dahdouh, filho do correspondente da Al Jazeera, Wael al-Dahdouh, em 7 de janeiro de 2023 [Stringer/Agência Anadolu]

Na segunda-feira (8), a Suprema Corte israelense autorizou suas Forças Armadas a manter a proibição de entrada a jornalistas estrangeiros na Faixa de Gaza sitiada, sob o pretexto de segurança. Segundo o jornal Times of Israel, o tribunal alegou que a presença de jornalistas poderia impor “uma carga indevida nos recursos do exército em tempos de guerra”.

À medida que Israel enfrenta acusações de genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), a decisão lança luz sobre a urgência da ocupação em impedir um maior escrutínio midiático sobre o que está acontecendo em Gaza. As chamadas Forças de Defesa de Israel (FDI) implementaram várias restrições à imprensa, incluindo diretrizes sobre o que não deve ser publicado e o que deve ser aprovado pelo censor militar israelense.

Sobre as diretrizes de cobertura, estabeleceu Kobi Mandeblit, censor-chefe das Brigadas: “Em luz da atual situação de segurança e da cobertura intensiva da mídia, desejamos encoraja-la a enviar ao censor todos os materiais que tratam das atividades do exército e das forças de segurança israelenses antes de sua transmissão”.

O que vemos na imprensa corporativa, material produzido por repórteres incorporados às forças israelenses, portanto, não é apenas rigorosamente censurado, mas também alinhado com o racismo institucionalizado da narrativa sionista: “Israel bom, palestinos maus”.

Além disso, na grande mídia, as vozes pró-palestina são citadas sem lhes dar a chance, no entanto, de articular a realidade do que acontece em Gaza. Imagens mostrando as atrocidades israelenses são acompanhadas por alegações de que Israel está cumprindo o direito internacional e fazendo todo o possível para evitar vítimas civis. Em Gaza, contudo, jornalistas palestinos são deliberadamente alvo de execuções extrajudiciais, apesar de seus coletes e capacetes de imprensa. Até então, ao menos 79 jornalistas foram mortos em Gaza, 72 deles palestinos; outros 16 foram feridos; três estão desaparecidos; e 21 foram presos por Israel.

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Outras fontes colocam o número de mortos em mais de cem, além de corroborar denúncias de outras formas de violência, incluindo o assassinato deliberado de familiares e a destruição não só de suas casas como de bairros inteiros.

No mais recente episódio, Hamza al-Dahdouh, filho mais velho do correspondente da Al Jazeera em Gaza, Wael al-Dahdouh, e Mustafa Thuraya, foram assassinados por mísseis israelenses lançados contra seu veículo.

O exército israelense voltou a justificar o ataque ao alegar que os alvos eram “terroristas”. Mais tarde, a história mudou, quando o porta-voz militar Daniel Hangar, argumentou: “Entendemos que eles estavam usando um drone. E usar um drone em uma zona de guerra é um problema. Pareciam terroristas.”

Mas como se parece um terrorista? À medida que as alegações israelenses para justificar o genocídio em Gaza se tornam cada vez mais herméticas, o mesmo acontece com suas ações.

Ataques a jornalistas não é novidade para o Estado do apartheid. O assassinato de Shireen Abu Akleh em Jenin, na Cisjordânia ocupada, em maio de 2022, recebeu atenção da mídia devido à sua dupla cidadania — palestino-americana. Mesmo assim, não houve justiça.

Nas circunstâncias atuais de Gaza, a presença de jornalistas e sua proteção é de extrema importância. Certamente, no entanto, não para Israel. Jornalistas palestinos são mortos pelas “Forças de Defesa” sob a alegação ridícula de que se parecem com terroristas, enquanto jornalistas internacionais são barrados de entrar devido a supostas apreensões de segurança e logística.

Conforme a narrativa israelense, a única maneira de proteger os jornalistas é impedi-los de entrar em Gaza, forçando-os a reportar remotamente. Caso contrário, podem de repente “se parecer com terroristas” e, portanto, serem assassinados — junto dos milhares de civis palestinos mortos pelas bombas israelenses fornecidas por Washington.

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A verdade é que jornalistas trouxeram o genocídio cometido por Israel às manchetes mundiais, ao expor como a sentença “nunca mais” nas vozes de ideólogos coloniais sionistas se tornou nada mais que uma fachada para permitir que a colonização, a ocupação e a limpeza étnica da Palestina histórica continue a ocorrer.

No entanto, há momentos na história em que o silêncio é a censura simplesmente não funcionam. Por meses, o mundo vê provas se acumularem das ações genocidas e deliberadas de Israel. Impedir o acesso de jornalistas, ou então assasiná-los, apenas aponta para uma brutalidade que Israel preferiria esconder. Ao fazê-lo, Israel atraiu atenção indesejada — e agora não há como fugir.

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As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não refletem necessariamente a política editorial do Middle East Monitor.

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