O governo alemão rejeitou na sexta-feira as acusações de genocídio dirigidas contra Israel pela África do Sul perante o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), alertando contra a “instrumentalização política” dessa acusação.
No mês passado, a África do Sul apresentou uma queixa ao TIJ, sediada em Haia, na qual alegava que Israel estava violando a Convenção para a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio, assinada em 1948, após o Holocausto durante a Segunda Guerra Mundial.
O governo alemão disse em uma declaração que: “Rejeita de forma decisiva e expressa a acusação de genocídio feita contra Israel perante o Tribunal Internacional de Justiça. A acusação não tem base de fato”.
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“Tendo em vista a história da Alemanha e o crime contra a humanidade do Shoah [Holocausto], o governo federal se considera particularmente comprometido com a Convenção contra o Genocídio… Nós nos opomos firmemente à sua instrumentalização política”, disse.
O governo observou: “A Convenção marcou um ‘instrumento central’ sob a lei internacional para evitar outro Holocausto” e, por essa razão, ela se posiciona “firmemente contra uma instrumentalização política” da Convenção.
A África do Sul espera que o TIJ imponha “medidas provisórias”, que são ordens judiciais urgentes a serem aplicadas enquanto o TIJ analisa os méritos do caso, o que pode levar anos.
Pretória quer que os juízes do tribunal ordenem que Israel interrompa “imediatamente” sua campanha militar na Faixa de Gaza.
Berlim enfatizou em sua declaração: “Os terroristas do Hamas atacaram, torturaram, mataram e sequestraram brutalmente pessoas inocentes em Israel. Desde então, Israel tem se defendido contra o ataque desumano do Hamas”.
O governo alemão tem demonstrado apoio consistente a Israel desde 7 de outubro, mas, nas últimas semanas, tem aumentado seus apelos para proteger os civis na Faixa de Gaza.