Nadav Eyal, articulista israelense do jornal Yedioth Ahronoth, afirmou que a África do Sul apresentou “um caso detalhado e organizado, cheio de fatos e citações contra Israel” ao Tribunal Internacional de Justiça (TIJ).
Eyal acrescentou em seu artigo: “Não faz sentido negar isso. Foi um dia difícil para o Estado de Israel em Haia. Um dos dias mais difíceis, diplomaticamente, desde o início da guerra”.
Ele disse: “Também não faz sentido negar isso: em certo sentido, Israel já perdeu nessa situação, assim que ela começou, mesmo que Aharon Barak (representante de Israel na Corte) consiga convencer o restante dos juízes a não emitir uma ordem temporária. O dano foi causado assim que a discussão e a atenção internacional começaram, e assim que a mídia internacional começou a discutir a questão de Israel ter cometido genocídio em Gaza ou não”.
Na sexta-feira, o TIJ retomou suas sessões para julgar Israel sob a acusação de cometer atos de genocídio na Faixa de Gaza, com base em uma ação movida pelo estado da África do Sul e apoiada por dezenas de países, em um precedente histórico.
Durante a sessão, o tribunal ouviu a resposta de Israel, a potência ocupante, à ação movida contra ele pela África do Sul.
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Na primeira sessão, na quinta-feira, a África do Sul apresentou um arquivo detalhado de 84 páginas ao tribunal, no qual coletou provas, observando que “Os atos em questão incluem o assassinato de palestinos em Gaza, causando-lhes sérios danos corporais e mentais e infligindo-lhes condições de vida calculadas para provocar sua destruição física”.
O processo movido pela África do Sul no TIJ contra Israel recebeu apoio árabe e internacional.
Desde 7 de outubro, a ocupação israelense continua sua agressão genocida contra a Faixa de Gaza, com o apoio dos EUA e da Europa, enquanto seus aviões bombardeiam hospitais, prédios, torres e casas de civis palestinos, destruindo-os sobre as cabeças de seus moradores.
A ocupação também impediu a entrada de água, alimentos, remédios e combustível, o que levou à morte de 23.469 mártires e ao ferimento de 60.005, a maioria mulheres e crianças. Também causou a destruição maciça da infraestrutura e uma catástrofe humanitária sem precedentes, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza e organizações e órgãos internacionais.