O rei Abdullah II da Jordânia alertou sobre uma escalada na retórica “extremista” das autoridades israelenses, reiterando a necessidade de pressão internacional para interromper a agressão israelense na sitiada Faixa de Gaza, informou a Corte Real.
De acordo com o comunicado oficial, a advertência foi feita durante uma ligação telefônica com o primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte, durante a qual o rei Abdullah destacou “a necessidade de um cessar-fogo imediato, protegendo os civis e garantindo a entrega sustentável de ajuda a Gaza”.
O rei também reiterou a rejeição categórica de seu país a qualquer tentativa de liquidar a causa palestina e deslocar os palestinos de Gaza e da Cisjordânia. Ele expressou preocupação com a violência perpetrada por colonos judeus extremistas contra palestinos na Cisjordânia ocupada e em Jerusalém, e destacou as possíveis consequências catastróficas se o conflito se espalhar pela região.
Além disso, o rei Abdullah ressaltou a inseparabilidade de Gaza e da Cisjordânia, enfatizando seu status como parte de um Estado palestino unificado. Ele destacou que as medidas militares e de segurança por si só não levarão à paz e defendeu o estabelecimento de um horizonte político baseado na solução de dois Estados.
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O ministro israelense da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, e o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, expressaram recentemente seu apoio ao deslocamento “voluntário” dos palestinos de Gaza. Smotrich disse ao Hebrew Channel 14, em 8 de janeiro, que “há dois milhões de nazistas vivendo em Gaza [que são uma] bomba-relógio para aniquilar Israel”.
Israel montou uma ofensiva militar implacável contra os palestinos na Faixa de Gaza desde o ataque transfronteiriço do Movimento de Resistência Islâmica em outubro. O Estado do apartheid matou pelo menos 24.100 civis palestinos e feriu quase 61.000 outros. Dois milhões de palestinos foram deslocados dentro de Gaza, a maioria deles mais de uma vez, e enfrentam o que foi descrito por agências externas como uma catástrofe humanitária.